As ações propostas pelo Plano de Reabilitação do Centro Antigo de Salvador, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), por meio do Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador (Ercas), ganham, mais uma vez, notoriedade nacional e internacional.

A 3ª Proposição do Plano será um dos temas a ser debatido nesta quinta-feira (12), durante o I Colóquio Ibero-Americano, Paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto: Desafios e Perspectivas, evento que está sendo realizado desde a última segunda-feira (9) em Belo Horizonte.

A 3ª Proposição do Plano de Reabilitação do Centro Antigo de Salvador trata da preservação da área da encosta do frontispício de Salvador. Durante décadas, a encosta ou falha geológica com cerca de 70 metros de altura, surgida a partir de um grande terremoto – segundo especialistas em geologia – vem sendo descaracterizada por conta de ocupações irregulares e da destruição da mata nativa.

O trecho da encosta, situado no perímetro do Centro Antigo de Salvador, compreende o espaço que vai da Gamboa ao Plano Inclinado da Calçada e soma uma área de 633 mil metros quadrados.  O plano foi construído ao longo de dois anos e meio, com metodologia participativa e democrática, integrando mais de 119 representantes da sociedade civil, iniciativa privada, além dos poderes públicos municipais, estaduais e federais.

O Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador tem a participação de representantes de quatro ministérios do governo federal, seis secretarias estaduais do governo baiano, além de órgãos da prefeitura municipal da capital e da Unesco.

Recuperação da encosta 
As intervenções propostas pela 3ª proposição têm o intuito de recuperar a encosta entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa como espaço público aberto e valorizar os mirantes como área de contemplação da Baía de Todos os Santos.

Um fator importante, que não foi esquecido pelo plano, é a recuperação e inserção de novos transportes verticais de ligação entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, e a requalificação das vias que fazem a ligação do trecho. Estas melhorias irão permitir que a região obtenha um alto nível de visibilidade e acessibilidade.

As representantes do Ercas no evento, técnicas Eloá Mattos e Lucineide de Souza, já estão em Belo Horizonte e vão apresentar o plano baiano nesta quinta-feira (12), último dia do colóquio.

Algumas das ações saíram do plano das ideias e já estão sendo realizadas. Uma delas é a contratação de uma empresa para desenvolver o projeto do frontispício na falha geológica, com o remanejamento das famílias para o entorno. Além disso, está prevista a requalificação urbana do trecho Pilar-Taboão, com captação de recursos viabilizada pelo Ministério do Turismo. Outras informações sobre o colóquio podem ser encontradas no site do evento.