Aproximadamente 200 mil pessoas – entre jovens, adultos e idosos – de 366 municípios estão em sala de aula pelo programa Todos pela Alfabetização (Topa), na sexta etapa, iniciada no dia 6 deste mês. Na ação desenvolvida pelo governo da Bahia, por meio da Secretaria da Educação do Estado, em parceria com o Ministério da Educação, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os novos alunos têm oportunidade de apropriação da leitura e escrita, visando à inclusão educacional de quem não teve acesso à alfabetização na idade certa.

Entre as pessoas beneficiadas estão povos indígenas, quilombolas, população carcerária e pessoas com deficiência. “Nesta etapa, estamos focando, cada vez mais, nosso trabalho nos municípios com índice de analfabetismo acima de 30%”, disse a coordenadora do Topa, Elenir Alves. Ela ressalta que os alunos recebem todo o material didático e pedagógico para ajudar no desenvolvimento dos estudos em sala de aula.

Para garantir a efetividade e a qualidade pedagógica, a Secretaria da Educação realiza estudos e pesquisas, formação continuada de professores-alfabetizadores, coordenadores de turma e tradutores intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), desenvolvendo mecanismos de acompanhamento e avaliação, além de produção de material didático-pedagógico.

O resultado do sucesso do programa pode ser constatado com o recebimento do Prêmio Darcy Ribeiro, edição 2011, concedido anualmente pela Comissão de Educação e Cultura e pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. O prêmio reconhece instituições ou entidades com trabalhos ou ações que merecem destaque na defesa e promoção da educação no Brasil.

Inclusão social

O Topa vem transformando a vida de milhares de baianos. “Eu não lia nada. Hoje, consigo ler os ônibus [letreiros] quando passam. Eu queria estudar, mas tive filhos e não tinha parente perto para deixar. Agradeço muito por ter vencido essa batalha”, disse Nilzabete dos Santos, 49 anos, alfabetizada do município de Feira de Santana.

Para o casal Valdemiro Cortezini, 24, e Kênia Geiza Teobaldo, 29 anos, do município de Guanambi – alfabetizados na quinta etapa do programa, em 2012 -, o Topa foi ainda mais especial. Eles se conheceram nas aulas na Casa de Custódia de Guanambi e, desde então, suas vidas mudaram. Hoje, casados, eles continuam os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Nunca tinha gostado de estudar. Depois do Topa, comecei a gostar”.

Kênia Teobaldo comemora a alfabetização e a inserção no mundo do trabalho. “Hoje sei me comunicar direito, conversar. Trabalho em casa de família e convivo com pessoas estudadas. Agora, já sei ler os rótulos dos produtos de limpeza. A professora Ione Fernandes me ajudou muito, inclusive, a arranjar um trabalho. Eu quero continuar estudando. Já estou na escola, na mesma sala do meu marido”.

Maior programa de alfabetização para jovens acima de 15 anos, adultos e idosos do país, o Topa já beneficiou mais de 1,1 milhão de pessoas de 407 municípios. Criado em 2007, dentro do programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, o Topa trabalha sob a perspectiva de que a alfabetização é um direito que não prescreve com a idade. Na quinta etapa, foram alfabetizadas 147 mil pessoas.