Sindicalistas do setor da construção e áreas similares de 22 países da América Latina e do Caribe estão reunidos em conferência, até esta quarta-feira (2), no Hotel Pestana, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, para discutir as condições adequadas de trabalho de edificação dos estádios e outras obras de infraestrutura relacionadas aos megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014.

No evento, aberto na segunda-feira (31) pelo chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), Martiniano Costa, que representou o governador Jaques Wagner, foi passada a coordenação da Campanha pelo Trabalho Decente do Brasil para Rússia, onde ocorrerá a Copa de 2018.

A campanha tem o objetivo de garantir condições adequadas de trabalho na construção dos equipamentos. Essa é uma parceria entre a Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), organizadora do encontro, os movimentos sindicais, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os governos federais, estaduais e municipais.

De acordo com o representante regional da ICM, Nilton Freitas, as instituições envolvidas atuam no sentido de garantir segurança, saúde, alimentação, qualificação e igualdade de salário aos trabalhadores do setor. “A nossa ação busca a valorização do trabalho e um país com justiça social e emprego para todos”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA), Adalberto Galvão.

Avanços

Os resultados da iniciativa, segundo dados apresentados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontam avanços nas negociações sobre cestas básicas, café da manhã, adicional de hora-extra e outros itens analisados. “A Copa do Mundo não termina neste ano, pois os legados vão além dos jogos e o Brasil tem a oportunidade de melhorar a vida da classe trabalhadora”, afirmou o secretário-geral da ICM, Ambet Yuson.

Neste sentido, será realizado um conjunto de intervenções na área da mobilidade urbana em Salvador, para desafogar o trânsito e garantir que o cidadão chegue ao trabalho num curto espaço de tempo, conforme mencionou o chefe de gabinete da Serin. Ele ressaltou ainda a importância do diálogo permanente entre os trabalhadores e o governo baiano, que “jamais abriu mão de reconhecer a liberdade e autonomia dos movimentos sociais, buscando sempre a discussão para solução de conflitos”.