Pesquisar variedades e híbridos de milho adaptados para a obtenção de altas produtividades. Este é o principal objetivo do Programa de Pesquisa para a Melhoria dos Sistemas de Produção de Grãos, desenvolvido pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Iniciados em 2005, os experimentos apresentaram resultados significativos para os pequenos produtores, com destaque para a variedade “sertanejo”, que apresentou produtividade superior a 9.300 quilos por hectare/ano, o que corresponde a 156 sacas de 60 kg de milho por hectare.

Com resultados expressivos, algumas variedades testadas no ano passado, nos municípios de Paripiranga, Adustina, Sítio do Quinto e Fátima, demonstraram produtividades, em alguns casos, superiores à média de países tradicionalmente conhecidos por cultivarem milho, como os Estados Unidos (9.286 kg/ha) e a Argentina (7.358 kg./ha), e do cerrado do Oeste baiano, conhecido como “celeiro de grãos”, onde a produtividade é de 5,574 kg/ha.

“Investir em pesquisas, visando garantir ao agricultor familiar variedades mais produtivas e resistentes, e, conseqüentemente, elevando o nível de produtividade da agricultura baiana, é uma das metas da EBDA”, assegurou o presidente da empresa, Emerson Leal.

Os trabalhos de pesquisas realizados com o milho visam garantir grãos de qualidade e produção competitiva. As empresas agrícolas brasileiras, como a EBDA, desenvolvem testes de competição de cultivares, e as que mais se destacam no processo seletivo são recomendadas e disponibilizadas para plantio.

De acordo com o pesquisador da EBDA, Edson Alva Souza Oliveira, “os resultados das pesquisas vão indicar materiais mais resistentes, produtivos e adaptados às condições regionais, beneficiando o homem do campo”, explicou. Desde os primeiros meses deste ano estão sendo testados novos cultivares de milho na Fazenda Lagoa da Vaca, em Paripiranga, sendo que os melhores materiais serão recomendados para o plantio, principalmente na Região Nordeste do Estado da Bahia.

O milho

A cultura do milho na Região Nordeste tem se expandido bastante no âmbito das propriedades rurais, atingindo produtividades superiores a 7 toneladas por hectare. O cultivo é realizado principalmente por agricultores familiares, que utilizam a mão-de-obra familiar nas diversas etapas da cultura. Já a produção industrial, realizada principalmente no oeste do estado, é quase toda mecanizada, desde o plantio até a colheita.

Presente na mesa do povo brasileiro, o milho é usado normalmente na alimentação humana, por suas qualidades nutricionais. É também utilizado como ração animal e na produção de etanol (álcool combustível).

De acordo com o último levantamento sistemático da produção agrícola do IBGE, a Bahia ocupa a primeira posição do Nordeste e a nona do Brasil, com uma produção anual de 1 milhão de toneladas. As principais regiões produtoras do estado são: Oeste, Nordeste e Micro-Região de Irecê.