Proporcionar ao agricultor familiar o conhecimento das estratégias de promoção comercial com ênfase na integração das cadeias produtivas e aumentar a sua participação no mercado internacional. Estes foram os objetivos da Secretaria da Agricultura (Seagri) e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), ao participar hoje (23), no Hotel Solar das Mangueiras, em Barreiras, do Seminário do Agronegócio para a Exportação (AgroEx).
Mais de 160 agricultores familiares dos municípios de São Desidério, Riachão das Neves, Cotegipe e Cristópolis, mobilizados pela EBDA, participaram do evento e conheceram as exigências e os desafios do mercado internacional.
“A intenção do Estado com essa mobilização é que o agricultor familiar cresça e ganhe dimensão, principalmente em termos de agregação de valor à sua produção, para que possa obter condições de exportar”, disse o gerente regional da EBDA de Barreiras, Carlos Augusto Araújo Santos.
Para o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, a grande vantagem da exportação para o agricultor é o poder de barganha junto ao comprador local. Com a exportação, ele pode obter preços melhores”, explicou.
Com 12 palestras durante todo o dia, os agricultores conferiram o panorama das principais negociações internacionais e sua relevância para o setor agroindustrial, além dos desafios para exportação do agronegócio brasileiro.
“O que me chamou mais atenção foram as diretrizes que poderão nos apoiar no acesso à tecnologia e inovação para exportação”, disse o agricultor Antônio Gonçalves, do município de Cotegipe.
As formas de agregar valor ao produto a ser exportado, as alternativas de acesso ao mercado e as linhas de financiamento às exportações também foram temas debatidos pelos participantes.
“Disponibilizamos linhas de crédito para os agricultores familiares e o próximo passo, em parceria com a EBDA e outros órgãos públicos, é organizá-los de forma associativa para incentivá-los a entrar no mercado internacional”, destacou o gerente de Negócios da Superintendência do Banco do Nordeste em Salvador, Jorge Bagdêve.

‘Casos de sucesso’

Um momento-chave da programação foi a apresentação de ‘casos de sucesso’ oriundos de Juazeiro e do Baixo Sul baiano. “Nessas apresentações observamos experiências bem-sucedidas de outros colegas e percebemos que, organizados, podemos conseguir exportar com sucesso nossos produtos”, disse o agricultor Márcio de Oliveira, 40 anos, dono de uma propriedade de dois hectares em Cristópolis.
O primeiro ‘caso’ foi relatado pelo presidente da Cooperativa Mista de Marisqueiros, Pescadores e Aqüicultores do Baixo Sul, Luciano Freitas, com o tema Criação de Tilápia na Região.
Já o tema A Manga em Juazeiro ficou por conta do consultor da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), Aniceto Elias de Queiroz, que expôs os fatores primordiais às organizações que desejam entrar no comercio justo, como obter uma visão e uma preocupação realista de todo o potencial da propriedade, principalmente os pontos frágeis, buscar compreender todo o processo de comercialização e como funciona a cadeia produtiva.
Outro aspecto lembrado por Aniceto e destacado pelo agricultor de Riachão das Neves, Felipe Carvalho, foi em relação à importância da certificação dos produtos. “Agora tenho certeza que preciso de produtos de qualidade, com registro que me dê condições e possibilidades de exportá-los”, observou.