Experiências desenvolvidas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) com o Sistema Agroflorestal (SAF) no Baixo Sul foram apresentadas este mês no Seminário Tripartite de Validação, promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a empresa Michelin, em Salvador.

O evento avaliou o projeto Ouro Verde, implementado pela Michelin no município de Igrapiúna para preservação da Mata Atlântica na região e manutenção dos seus recursos naturais. Foram avaliadas também as contribuições dos investimentos sociais para o desenvolvimento econômico da região, particularizando a geração de emprego e renda.

A participação da EBDA foi apresentada pela engenheira agrônoma Ana Cristina Midlej, chefe do escritório da empresa em Camamu. Ela focou as ações de desenvolvimento rural sustentável promovidas junto à agricultura familiar na região, onde o SAF está inserido.

O sistema já beneficia 256 agricultores familiares com recursos de mais de R$ 2,5 milhões, por meio de linhas de crédito específicas do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), repassadas pelo Banco do Nordeste.

Segundo Ana Cristina, a previsão é de, ainda este ano, inserir mais 150 agricultores, com recursos de R$ 1,5 milhão, chegando ao total de 406 produtores beneficiados pelo SAF.

Entre os objetivos do sistema, destacam-se a diminuição dos custos de implantação das lavouras e o aumento da produção por área plantada, além do uso alternativo do solo através do consórcio de culturas como cacau, seringueira, dendê, piaçava e pupunha com culturas alimentares, a exemplo de mandioca, milho, feijão, maracujá, banana e abacaxi.

“A utilização dessa prática é considerada vantajosa, principalmente para os agricultores familiares, porque, além de permitir a interação de cultivos, proporciona maior produção, vantagem econômica e proteção ao meio ambiente”, disse a engenheira agrônoma.