O primeiro passo para a restauração da Capela Santa Izabel, no Abrigo Dom Pedro II, foi dado hoje (16), pela manhã, com a assinatura do convênio de parceria entre o Governo do Estado, a Petrobras, a Arquidiocese de Salvador e a prefeitura municipal, no valor de R$ 1,7 milhão.

As obras começam imediatamente, em regime de mutirão, envolvendo cerca de 100 pessoas, para que tudo esteja pronto em novembro, quando acontecerá a beatificação da freira Lindalva Justo de Oliveira, cujos restos mortais estão no interior da capela. Para D. Geraldo Magela, arcebispo primaz do Brasil, os serviços de recuperação vão repercutir em toda a comunidade do abrigo e na cidade de Salvador.

Representando o governador Jaques Wagner, a primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais, Fátima Mendonça, lembrou da sua ligação espiritual com o Abrigo D. Pedro II, especialmente por ter morado na região da Cidade Baixa, e destacou que a reforma da capela é apenas o primeiro passo e a pedra inicial para a restauração de todo o prédio.

Ao destacar a importância do abrigo para Salvador, a presidente das Voluntárias Sociais levantou uma bandeira para que o local voltasse a ter o nome da Princesa Izabel, que teria vivido no local. “Estamos apenas começando a luta pela recuperação de todo esse espaço e podem esperar que o Governo do Estado vai lutar para que todo o abrigo seja restaurado”, disse a primeira-dama.

A prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), encaminhou ao Ministério da Cultura um projeto da recuperação total do abrigo, que está orçada em R$ 10 milhões. Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Maria das Dores Loiola, é preciso preservar a história de Salvador e o convênio com a Petrobras é o primeiro passo para essa ação.

Reforçando a idéia da força-tarefa envolvendo Governo do Estado, prefeitura e Petrobras, o diretor de Comunicação Institucional da empresa, Rosenberg Pinto, afirmou que o ideal é que mais grupos estejam envolvidos no processo de recuperação dos monumentos da cidade. O diretor lembrou que a Petrobras já atua em várias partes do país na recuperação de prédios históricos, a exemplo do Convento Santo Antônio, no Rio de Janeiro, além de ter identificação com os idosos, que sempre participam das ações da empresa.

O Abrigo D. Pedro II existe há 120 anos e é o porto seguro para 101 idosos que vivem no prédio, de estilo neoclássico, construído no início do século XIX. Réplica do Palácio de Versailles, o imóvel abriga peças de mobiliários Luís XV, pinturas a óleo, peças em porcelana do Porto e estátuas em mármore de Carrara. Bastante deteriorado pelo tempo, pela ação de vândalos e pela pesca com bomba nas suas proximidades, o abrigo poderá recuperar a estética dos seus tempos de glória, pela menos na parte da Capela Santa Izabel.

Os serviços de recuperação e restauração do templo devolverão para os idosos internos e para a comunidade baiana um santuário religioso que abrigará, em novembro, parte das festividades da beatificação da freira Lindalva Justo de Oliveira. Os serviços começam imediatamente na parte superior do imóvel, com a substituição de toda a cobertura, além da troca das madeiras, telhas e forro.

Toda a obra será realizada com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que acompanhará também a recuperação da fachada, do vão principal e das áreas laterais. Hoje, muitos desses setores estão interditados pela Defesa Civil, por riscos de desabamento.