SECTI é finalista no Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2007

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti) é uma das finalistas do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica 2007, com o projeto “Processo de Manutenção da Rede de Centros Digitais de Cidadania da Bahia”, que mostra como toda a estrutura do Programa de Inclusão Sócio-Digital da Bahia (PISD) é mantida, com foco na redução de custos com equipamentos, softwares (aplicativos), manutenção e gerenciamento das unidades. O órgão concorreu, na sua categoria, com outros 22 projetos inscritos em todo o Nordeste.
Para manter os centros interconectados e funcionando corretamente, o PISD conta com um processo de gerenciamento remoto. De acordo com o coordenador do programa, Joaquim Galo, “isso significa a possibilidade de realizar a maior parte dos procedimentos de suporte remotamente, como resolução de problemas e atualizações”. Para isso, o programa conta com uma equipe de desenvolvimento de software e uma central que presta atendimento através de contato telefônico e via web.
Todas as informações referentes à quantidade de acessos aos terminais dos Centros Digitais de Cidadania (CDCs) e outros dados estatísticos são geridas de forma centralizada a partir do sistema Acessa Berimbau. Este sistema contabiliza, desde o início de janeiro até hoje, mais de 4,4 milhões de acessos à internet, realizados por cerca de 430 mil pessoas cadastradas.

Economia

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Ildes Ferreira, afirma que a indicação do programa comprova que a inclusão sócio-digital da população é uma prioridade no governo estadual. “Isso também é resultado de uma forte ação que foi implementada para colocar em funcionamento todos os centros, porque muitos deles só existiam na teoria. Foram inaugurados no ano passado, mas permaneciam fechados e sem o acesso da população”, completa.
Os computadores disponibilizados nos CDCs são equipados com softwares livres – programas que podem ser executados e modificados de acordo com a necessidade do PISD e são gratuitos. Somente com a economia gerada com o uso do sistema operacional, batizado de Berimbau Linux, e das ferramentas de escritório, a exemplo de planilhas eletrônicas e editores de texto, daria para montar 100 novos CDCs por ano. “Além da economia, os softwares livres trazem outras vantagens, como a liberdade de ter acesso ao código para possíveis adaptações e o fato deles poderem ser redistribuídos de forma a beneficiar o próximo”, diz a coordenadora de desenvolvimento do PISD, Vanessa Branco.
A economia alcançada não fica restrita à parte de softwares, mas também aos hardwares (equipamentos). Isso porque cada um destes centros possui um servidor central, que é um computador robusto que faz com que 10 estações de acesso possam funcionar com equipamentos de baixo custo e que não precisam de atualização constante. “Com isso, estas estações sempre terão o mesmo desempenho do servidor. Portanto, à medida que a tecnologia evolui, basta que as modificações sejam realizadas no servidor central”, explica Branco.
Com o objetivo de identificar, estimular e divulgar esforços e ações inovadoras, desde 1998 a FINEP premia empresas e instituições de ciência e tecnologia que geram resultados positivos para a sociedade. Também para o Nordeste foram divulgados os finalistas nas categorias Produtos, Pequena Empresa, Média/Grande Empresa, Instituição de Ciência e Tecnologia, e Inovação Social, totalizando 127 projetos inscritos no prêmio deste ano. O vencedor de cada categoria será anunciado em cerimônia de premiação, no dia 26 de setembro, em Sergipe.
Meta

Com mais de 360 Centros Digitais de Cidadania em 274 municípios, o Programa de Inclusão Sócio-Digital da Bahia é considerado como um dos maiores do país, abrangendo 65% das cidades baianas. Até o final de 2007, a Secti pretende implantar mais 175 CDCs. A metá é que a rede destes centros alcance todos os 417 municípios baianos nos próximos quatro anos.
O programa é concebido através de parceria entre o Governo do Estado da Bahia e instituições, como universidades, empresas, ONGs e prefeituras do interior, para possibilitar o acesso dos baianos às tecnologias da informação, especialmente os que possuem menor renda. De acordo com dados do PISD, mais de 60% dessas pessoas possuem renda familiar entre um a cinco salários mínimos, “o que confirma o impacto social do programa”, afirma o secretário de CT&I da Bahia.
Dentro da linha de atuação do programa, a parceria entre o governo e outras instituições consiste na instalação de CDCs, ambientes compostos por dez computadores, um servidor, uma impressora, mesas, cadeiras, estantes e link de internet com software livre, para utilização da população. Além de garantir o acesso da população de baixa renda às tecnologias da informação, o governo tem como objetivo dar um papel mais social aos CDCs, com ações que pretendem informar a população sobre os serviços públicos, direitos e deveres do cidadão, ofertas de emprego, cultura e lazer, contribuindo para o exercício da cidadania.
Com esta nova visão, o programa começa a atuar também na capacitação de profissionais autônomos e na preparação de jovens para o mercado de trabalho, a partir de cursos de educação à distância. Outra novidade são os cursos de informática básica em Softwares Livres, que logo estarão disponíveis em todos os Centros Digitais de Cidadania.

Acesso aos CDCs –

Aos nove anos de idade, o estudante Davi Barbosa, do pequeno município de São Domingos, na região sisaleira da Bahia, teve o primeiro contato com informática em um dos Centros Digitais de Cidadania. “Agora, eu vou poder fazer, no computador, as pesquisas que a professora passa na escola”, disse Davi, sem esconder a grande animação.
Todo cidadão pode utilizar os Centros Digitais de Cidadania do Programa de Inclusão Sócio-Digital da Bahia. Para isso, basta ir até uma unidade e se cadastrar no programa. Crianças menores de 10 anos também podem acessar os equipamentos, desde que devidamente acompanhadas por um responsável. Jovens com idade entre 10 e 18 anos devem ser cadastrados pelos pais ou responsáveis. Cada usuário pode utilizar o computador até 30 minutos. O tempo pode ser superior quando não houver fila de espera.