Em junho, as vendas do comércio varejista da Bahia cresceram 15,5%, em comparação com o mesmo mês de 2006. A taxa é a mais expressiva desde dezembro de 2003. Este é o 43º mês consecutivo de resultados positivos para o varejo baiano.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan).

As comemorações do Dia dos Namorados e do São João ajudaram a impulsionar os negócios em junho. As datas influenciaram especialmente os segmentos ‘outros artigos de uso pessoal e doméstico’, que cresceu 38%, e ‘tecidos, vestuário e calçados’, com um incremento de 28,2%. Tradicionalmente, esses setores apresentam melhores desempenhos nessa época do ano.

Também tiveram aumentos nas vendas ‘móveis e eletrodomésticos’ (24,5%), ‘livros, jornais, revistas e papelaria’ (24%), ‘combustíveis e lubrificantes’ (17,2%) e ‘artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos’ (16,8%).

Apenas o segmento ‘equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação’ manteve retração, pelo terceiro mês consecutivo, no nível de atividade (-19,3%).

No ramo ‘hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo’, a pesquisa apurou um crescimento de 8,1%. No subgrupo ‘hipermercados e supermercados’, a variação foi mais significativa: 12,6%.

Entre os segmentos que não integram o indicador do varejo, mas são pesquisados pela PMC, ‘veículos, motocicletas, partes e peças’ teve uma expansão de 29,9% e ‘material de construção’ vendeu 4,8% a mais.

Contribuição

O resultado de junho contribuiu para a expansão acumulada de 10,9% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2006. A taxa foi maior do que a registrada no primeiro semestre de 2006 (9,2%).

Nos últimos 12 meses (julho de 2006 a junho deste ano), o crescimento foi de 10,5%. Em relação a maio, mês imediatamente anterior ao pesquisado, a variação foi de 0,5%.

As vendas do comércio vêm sendo impulsionadas pela estabilidade da inflação, elasticidade dos prazos de parcelamento e melhoria do poder aquisitivo dos trabalhadores.

“Acrescente-se a esses fatores a expansão do crédito, sem dúvida um importante incentivo para dinamizar o varejo”, explicou a analista da SEI, Maria de Lourdes Caires. Ela disse que a concorrência com os produtos estrangeiros, motivada pelas contínuas quedas do dólar, está atraindo os consumidores.

“A expectativa é de que o comércio varejista baiano encerre este ano com grande expansão, com aumento do ritmo de aquecimento nas vendas neste segundo semestre”, destacou Maria de Lourdes.