A Secretaria Estadual da Educação (SEC) vai oferecer a 250 professores das redes estadual e municipais um curso de formação continuada em Educação Especial para as deficiências mental, visual e auditiva. A capacitação vai atender a professores dos 48 municípios jurisdicionados às Diretorias Regionais de Educação (Direc) de Santo Antônio de Jesus, Valença, Amargosa, Santo Amaro e Cruz das Almas.
Os cursos serão realizados de segunda (27) a sexta-feira (31) da próxima semana, no Auditório do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, em Santo Antônio de Jesus. O secretário estadual da Educação, Adeum Sauer, participa da solenidade de abertura, às 9h de segunda-feira. Entre os cursos oferecidos estão noções de Braille, Sorobã, da Língua Brasileira dos Sinais (Libras) e a temática: Inclusão do deficiente mental – medo, frustração ou desafio?
A proposta da formação é capacitar estes profissionais para garantir o devido atendimento às pessoas com deficiência matriculadas na rede regular de ensino ou instituições conveniadas. De acordo com o coordenador de Educação Especial da SEC, João Prazeres, constitui-se numa contribuição efetiva para a política de inclusão preconizada pelo Ministério da Educação (MEC). Uma política que tem como objetivo tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a permanência de todos os alunos nela.
Cego, João Prazeres considera que sua nomeação para o cargo, ocorrida em fevereiro, vai além do plano simbólico. “É uma forma de provar que os portadores de deficiência têm condições de assumir com êxito diversas responsabilidades”, comenta. O curso de formação dá continuidade às ações da SEC no intuito de criar condições e estruturar a rede para atender a todos, sem distinção. Afinal, a própria Constituição Federal assegura a educação como um direito de todos.
A iniciativa vem atender a filosofia da Rede Estadual de Educação Especial – Um Caminho para Inclusão, que visa implementar um novo modelo de escola pública, onde os estudantes com necessidades educacionais especiais possam desenvolver a aprendizagem plena. O ineditismo fica por conta da maneira pela qual a idéia foi gestada. Representantes de entidades ligadas a luta pelos direitos das pessoas com deficiência foram chamados a colaborar para elaboração do projeto. Este é um dos exemplos do compromisso do governo de construir uma Escola de Todo Nós.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) dão conta que na Bahia vivem pelo menos 2 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Porém, quando se trata dos números da educação pública (estado e municípios), nota-se uma disparidade gritante: dos mais de 4,3 milhões de alunos matriculados, apenas pouco mais de 35 mil são portadores de deficiência. O dado indica a possibilidade de muitos jovens deficientes em idade escolar estarem fora da sala de aula.
Nas 1.753 escolas da rede estadual de ensino existem apenas 40 salas de apoio para atendimento especializado, distribuídas em instituições de 19 cidades. O número de Centro de Apoio Pedagógico (CAP) das mais variadas deficiências é ainda menor. Apenas cinco; três em Salvador e dois em Feira de Santana. “Quando chegamos à Coordenação de Educação Especial percebemos que ela precisava ser melhor integrada e comunicada dentro da própria Secretaria, afirma o titular da área, João Prazeres.