A Coordenação de Educação Ambiental da Secretaria da Educação do Estado realizou hoje (30), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), a videoconferência “Educação Ambiental no currículo da educação básica”, que integra a série diálogos para construção de uma Escola de Todos Nós. A proposta foi interagir com professores, coordenadores e os próprios alunos para debater a construção de uma política de educação ambiental consistente para as escolas. O evento foi idealizado depois de um levantamento das experiências colocadas em prática, isoladamente, na rede estadual de ensino.
O secretário Adeum Sauer, que presidiu a mesa, explicou que a proposta é construir coletivamente uma política de educação ambiental, contando com a contribuição dos principais atores envolvidos no processo – professor, aluno e toda a comunidade escolar. O desafio que está em pauta agora é discutir como será possível fomentar atitudes, a partir da escola, que atinjam a sociedade como um todo.
“É preciso que a escola funcione como agente transformador no processo de conscientização. Como espaço propício para difusão do conhecimento, a escola deve transformar os alunos em agentes multiplicadores da importância da preservação ambiental”, considerou Sauer. Na pauta da política de educação ambiental da SEC, além do cuidado com a natureza, entra a diversidade étnica, as relações de trabalho e consumo, os direitos humanos e a responsabilidade com o desenvolvimento da comunidade no entorno. “O controle e o cuidado com o meio ambiente dependem de muitos fatores. Entretanto, uma das ferramentas bastante eficiente nessa tarefa é a educação ambiental”, avalia o secretário.
Na proposta da SEC, o objetivo da educação ambiental não é focar no meio ambiente isoladamente, mas sim, nas próprias relações e interações que o homem estabelece com ele. As ações deverão ser pontuadas assim que a coordenação estiver de posse da pesquisa que faz um levantamento das ações empreendidas pelas escolas no âmbito da educação ambiental. “A partir destes resultados iremos elaborar nossas políticas. É preciso pensar a educação ambiental não só como um assunto de ciência ou geografia, é um assunto para ser trabalhado interdisciplinarmente, com envolvimento de professores e comunidade”, informou Paulo Veiga, acrescentando que, em cada região, ela deverá ser trabalhada respeitando as peculiaridades do contexto local.
O primeiro passo dado pela secretaria no sentido de levar a educação ambiental para sala de aula foi criar uma Coordenação de Educação Ambiental. As ações vinham se desenvolvendo de forma pontual ou motivadas por demandas externas. “Agora, estamos estruturando a coordenação para trabalhar de forma continuada e sistemática no apoio às escolas”, enfatizou Veiga. Ele explicou que a educação ambiental era tratada apenas com projetos esporádicos, desenvolvidos em poucas escolas, sempre a partir de iniciativas planejadas pelo Ministério da Educação .

Projetos

Mesmo sem contar com o apoio e a coordenação de que precisavam, algumas escolas conseguiram desenvolver projetos interessantes de educação ambiental na gestão passada. Na Escola Rômulo Galvão, em Coração de Maria, um grupo de alunos criou uma força tarefa para cuidar da mata ciliar do Rio Jacuípe, que corta cidade. Em Luis Eduardo Magalhães, oeste do estado, a turma plantou uma horta na Escola Rural São Paulo, para estimular o consumo de alimentos naturais. Já no Capão, lugar famoso pelas trilhas e paisagens, alunos e professores da Escola Estadual Caeté espalharam, entre as trilhas, placas e avisos de preservação para os turistas.
Estas iniciativas resultaram do programa nacional “Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas”, criado pelo MEC. Apesar desta concepção se assemelhar à idéia de educação ambiental que a SEC adota, a nova gestão quer desenvolver uma política própria para a área, acompanhar mais de perto e garantir a continuidade das ações nas escolas da rede. A importância da educação ambiental para o atual governo está expressa, inclusive, no documento Princípios e Eixos da Educação, que reúne as diretrizes da nova gestão para a área.
O texto afirma que “a Educação deve ser transformada em processo de formação para valorização da vida e preservação do meio-ambiente, reconhecimento e respeito à diversidade étinico-racial, cultural, religiosa, sexual, de gênero e de pessoas com deficiências; valorização da cultura da paz”.