A parceria entre universidades e empresas é capaz de transformar projetos científicos e tecnológicos em negócios e empreendimentos de sucesso. É o que acredita o pesquisador da Agência de Inovação da Universidade de Campinas (Inova Unicamp) Paulo Antônio Borges Lemos quando o assunto é o desenvolvimento econômico e social do país.

Lemos foi um dos palestrantes do Seminário Ambiente de Negócios e Pesquisa em Tecnologia da Informação (TI), quarta-feira (15), em Salvador. O evento, realizado na sede da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), também contou com a apresentação do empresário Rubens Delgado, da ZCR Informática, que destacou a interação entre a academia e empresas como principal vetor de desenvolvimento empresarial.

O pesquisador também crê no processo de pré-incubação como um trabalho de base para o fortalecimento de parcerias entre universidades e empresas e surgimento de novos empreendimentos, com foco na inovação tecnológica. Como exemplo, citou a existência de 18 empresas juniores na Unicamp, enfatizando que “este é um movimento forte que está sendo cada vez mais institucionalizado”.

Segundo Lemos, essas empresas possuem três pilares – mentores acadêmicos, de mercado e empreendedores juvenis. “Os mentores de mercado ajudam os projetos de pré-incubação em demandas específicas e podem vir a ser os primeiros clientes desses projetos, caso eles se tornem empreendimentos”, enfatizou. Entre os mentores de mercado que já atuaram junto a Unicamp, destaque para o Grupo Abril, Petrobrás, MTV Brasil e Coca-Cola, grandes empreendimentos que conseguiram ter demandas atendidas pelo trabalho em conjunto com as empresas juniores.

De acordo com Delgado, a interação de sua empresa com a base acadêmica tem rendido bons resultados. Ele informou que “a academia possui as melhores condições para criar soluções para demandas empresariais, mas só o empresário sabe transformar essa solução em produto de mercado”. O empresário explicou que foi por conta desse trabalho conjunto com setores acadêmicos que sua empresa conquistou cinco editais de inovação tecnológica, sendo premiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) como a empresa mais inovadora do Nordeste em 2006.