Após o desfile cívico-militar, teve início o cortejo do ‘Grito dos Excluídos’. Movimentos sociais, estudantes e representantes de diversos setores da sociedade civil se reuniram para reivindicar causas diversas. Desde reforma agrária, até um alerta contra a tuberculose.

Com o tema Queremos participação no destino da nação, a 13ª edição do Grito contou com a participação de populares e também de secretários de estado e lideranças políticas, como o ex-ministro da Defesa, Waldir Pires.

Para o secretário de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto, a sua participação, por exemplo, foi uma forma de reafirmar o compromisso do governo com a concepção de políticas públicas capazes de minimizar as desigualdades sociais no estado.

Durante todo o percurso, cédulas do Plebiscito Popular Nacional pela anulação do leilão da Vale do Rio Doce foram distribuídas entre a população.

“É um plebiscito informal. A intenção é pressionar o Executivo e o Judiciário para a questão dessa privatização fraudulenta, em que a estatal foi vendida por valor 90% abaixo da estimativa de mercado”, colocou o vice-presidente da Ação Social Arquidiocesana e coordenador do Grito dos Excluídos, em Salvador, padre José Carlos Santos da Silva.

Coordenado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o evento acontece em todo o país. Em Salvador, participam dezesseis pastorais sociais da Igreja Católica, além de paróquias, sindicatos, movimentos sociais, associações, comitês populares e representantes de outras religiões.

Pessoas comuns também engrossaram o coro. Foi o caso do estudante de pedagogia, Josafá Araújo, 26 anos. Para ele, os baianos são os grandes merecedores da independência do Brasil. “Mesmo vivendo uma experiência nova de governo o povo não deixa de vir à rua dizer o que quer e precisa. Isso é democracia e uma diretriz para os governantes”, disse.

O professor Raimundo Ferreira, 33 anos, também se referiu ao espírito libertário e democrático dos baianos. “Aqui, a gente vê uma integração dos movimentos sociais e da população. Na Bahia, a luta não acaba nunca. Seja para conquistar a igualdade dos negros, seja para minimizar o abismo social presente no estado”, afirmou.