Com o objetivo de avaliar as demandas do Programa de Desenvolvimento da Mandiocultura no Estado da Bahia, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura, realizou ontem (13) e hoje (14), no centro de treinamento da empresa, uma oficina sobre mandioca. Durante os dois dias, 90 técnicos da empresa, oriundos das regiões produtoras, nivelaram as informações sobre o programa e agendaram compromissos buscando melhorar a sua eficácia.
O presidente da EBDA, Emerson Leal, participou da abertura do evento e ressaltou a contribuição da empresa para aumentar a eficiência dos diversos “elos” da cadeia produtiva da mandioca. “Nesse encontro vamos traçar soluções para ajudar no incremento da produção e da produtividade, bem como no grau de industrialização, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida dos agricultores”, disse.
Os técnicos discutiram e definiram algumas ações como a instalação dos equipamentos adquiridos pelo programa: empacotadora de farinha de mandioca, seladora, forno para beiju, extrator de fécula e máquina de raspa. Serão distribuídos 60 kits desses equipamentos entre Associações Comunitárias de Agricultores Familiares de Mandioca, beneficiando cerca de dez mil agricultores.
“Os equipamentos irão possibilitar aos agricultores adotarem tecnologias do sistema de produção que promovam o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade dos produtos e a redução dos custos”, explicou a coordenadora do Programa Mandiocultura da EBDA, Darcy de Andrade Regis. Para isso os participantes discutiram em grupos as propostas de capacitação para os técnicos da EBDA e para os agricultores assistidos.
Temas como a Comercialização e Mercado para produtos e Sub-Produtos da Mandioca também foram discutidos pelos técnicos, que ainda terão o papel de orientar os agricultores quanto aos canais de comercialização e mercados mais favoráveis para os subprodutos da mandioca. Uma palestra sobre o assunto foi ministrada pelo administrador da Companhia Nacional de Abastecimento, Igor Silva.
A apresentação dos trabalhos dos grupos de atividades e a elaboração de uma agenda de compromissos para a instalação dos equipamentos também fizeram parte da programação.
Cadeia produtiva

A mandiocultura destaca-se no Brasil, tanto pela importância no fornecimento de matérias-primas constituintes da base alimentar de grande parte da população brasileira, quanto pela possibilidade de seus produtos serem utilizados em processos industriais.
A Bahia possui a maior área plantada do país, com 368 mil hectares, sendo, em conseqüência, o maior produtor nacional, tendo alcançado, este ano, o patamar de 4,6 milhões de toneladas (IBGE).
O cultivo da mandioca ocorre em praticamente todos os municípios baianos e sua exploração é feita, predominantemente, por agricultores familiares. Esta peculiaridade faz da cultura da mandioca uma atividade de grande importância socioeconômica no Estado, por utilizar mão-de-obra com intensidade, durante os doze meses do ano.
De acordo com Darcy Regis, os técnicos da empresa, nas diversas regiões, detectaram pontos negativos na cadeia produtiva da mandioca em alguns lugares. “Faz-se necessário, portanto, dotar o segmento de um plano de desenvolvimento sustentável, visando basicamente sua organização, modernização e agregação de valor”, assegurou.

Plano de ação
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O plano de ação está sendo desenvolvido nas principais regiões produtoras do Estado, destacando-se Vitória da Conquista, Feira de Santana, Jequié, Cruz das Almas, Caetité, Itabuna, Serrinha e Alagoinhas.
Com base na metodologia participativa, os técnicos da empresa vêm promovendo reuniões nas comunidades rurais com a finalidade de obter informações acerca dos problemas, necessidades e soluções. Nessas reuniões estão sendo discutidas propostas de intervenções cujos resultados nortearão as atividades a serem executadas, objetivando o desenvolvimento de ações eficientes e permanentes, para a sustentabilidade da cultura.

A capacitação contínua dos agricultores se dará através de implantação de unidades de experimentação e demonstração (UED’S), que serão instaladas em áreas escolhidas pelos agricultores, para teste, demonstração e discussão sobre as inovações propostas para o aperfeiçoamento do processo produtivo, com acompanhamento semanal de técnicos da EBDA.
As UED´S serão localizadas em diversas propriedades, estrategicamente distribuídas entre os municípios selecionados, onde serão capacitados conjuntamente, em média, 40 agricultores, desde a organização comunitária até a comercialização conjunta e solidária. “Esse trabalho resulta em melhoria da qualidade de assistência técnica e conseqüentemente em aumento de produção, produtividade, renda e emprego para a comunidade envolvida”, concluiu Darcy Regis.