Com um dia-de-campo sobre Produção, Processamento e Aproveitamento da Cana-de-açúcar para os agricultores da região de Abaíra, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura, participa do XI Festival da Cachaça, que acontece até domingo (16), no município.
O dia-de-campo, realizado ontem (13), contou com palestras sobre o sistema de produção e processamento da cana, preparo do solo, plantio, variedades, tratos culturais, colheita, moagem, fermentação, destilação e fabricação de rapadura, que foram ministradas pelos técnicos Gilson Caroso, pesquisador da Gerência Regional da EBDA de Vitória da Conquista, e Nélson Luz Pereira, do escritório da empresa em Eunápolís.
“Estamos empenhados em possibilitar aos agricultores familiares, durante este evento, o conhecimento de toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, do plantio ao beneficiamento, esperando que eles apliquem os conhecimentos e tenham sucesso em suas propriedades”, disse o presidente da EBDA, Emerson Leal.
Devido à importância da cana-de-açúcar para o desenvolvimento da região, o evento é considerado de grande interesse, pelos produtores, principalmente por abordar o cultivo da cana e seu aproveitamento na fabricação de cachaça. A produção desse destilado é uma atividade secular, que surgiu após o declínio da exploração mineral (ouro e diamante), como alternativa de renda para o homem do campo.
Desde a década de 90, a EBDA vem assistindo os agricultores familiares da microrregião de Abaíra, que abrange os municípios de Piatã, Mucugê, Abaíra e Jussiape, apoiando suas organizações e incentivando o fortalecimento do associativismo e cooperativismo. Novas técnicas e tecnologias, materiais e equipamentos para as agroindústrias comunitárias foram introduzidas na região, visando à promoção de mudanças que tragam resultados satisfatórios para as famílias rurais.
Os técnicos da empresa também observaram, nas propriedades da região, a utilização de sistemas tradicionais de cultivo da cana-de-açúcar, com variedades comuns (POJ, Java, Caiana), pouco produtivas e baixa utilização da prática de análise de solo. “Orientamos os agricultores no sentido de assimilarem as novas técnicas e adotarem variedades de cana mais produtivas e adequadas à produção de cachaça e outros derivados”, assegurou o gerente regional da EBDA em Seabra, João Bosco Cavalcanti.
O evento é uma promoção da Prefeitura Municipal em parceria com a Associação dos Produtores de Aguardente da Microrregião de Abaíra (Apama), e da Cooperativa dos Produtores de Aguardente da Microrregião de Abaíra (Coopama), com o apoio da EBDA, e de outros parceiros e instituições regionais, estaduais e federais.

Alambiques

Na microrregião de Abaíra existem cerca de 500 pequenas agroindústrias de processamento de cana-de-açúcar, com uma área plantada estimada em 1.800 hectares, podendo se estender a 4.000 hectares, e cerca de 1.800 agricultores, com uma produção estimada em 10 milhões de litros/ano.
Entre os alambiques (engenhos) existentes, apenas o da Associação dos Produtores de Aguardente da Microrregião de Abaíra (Apama) é formalmente reconhecido e trabalha dentro das exigências do Ministério da Agricultura (Mapa).
Com uma produção em torno de 100 mil litros/ano, numa área de 180 hectares cultivada, o alambique da Apama produz cachaça de excelente qualidade, envolvendo quatro associações comunitárias e 114 agricultores.