Que peixe é bom para a saúde, um alimento saboroso, rico em proteínas e vitaminas, todo mundo sabe. Mas qual consumidor não torce o nariz quando o preço está alto e a qualidade duvidosa? Uma parceria entre o governo estadual e o setor produtivo pretende mostrar que é possível levar à mesa um bom pescado sem gastar muito e que há muitas opções que podem fazer sucesso em qualquer cardápio.
Para isso, a partir do próximo dia 17, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) e a Bahia Pesca reeditam a Semana do Peixe no estado. A isca para o consumidor, pela quarta vez, será a redução dos preços nos supermercados participantes.
Em todo o estado, a Seap e a Bahia Pesca realizarão eventos de caráter educativo, distribuindo material informativo sobre como consumir e comprar um peixe de qualidade. O lançamento da campanha na Bahia acontece na Cesta do Povo do Vale do Ogunjá, em Salvador, no dia 17, às 10h.
O consumo de peixe no Brasil é baixo, se comparado ao de outros países – são apenas sete quilos por habitante/ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média mundial é de 16 quilos por habitante/ano e o mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é 12 quilos por habitante/ano. Alguns estados têm o peixe como a base da alimentação da população. Outros, no entanto, têm consumo abaixo da média nacional.
O governo entende o preço como barreira ao consumo, mas acredita que, divulgando os muitos peixes que o Brasil possui e resolvendo gargalos como regularidade, oferta e qualidade, pode transformar o país num dos mais importantes produtores e consumidores de pescado.

Orientação

“As águas de rios, lagos e barragens colocam o Brasil entre os países com o maior potencial de desenvolvimento nesse setor. Com a Semana do Peixe queremos orientar o consumidor para que compre um peixe de qualidade por um bom preço e passe a ter como hábito procurar pelo pescado e incluí-lo em sua dieta”, explicou o ministro da Pesca e da Aqüicultura, Altemir Gregolin.
Segundo o ministro, outras questões, como infra-estrutura e organização, também têm recebido atenção “e em breve os resultados serão sentidos no bolso do consumidor”.
Além dos supermercados, todo o setor pesqueiro está mobilizado para a semana. Ela é também uma alternativa para pescadores, criadores e empresários do setor redirecionarem os estoques que estavam destinados à exportação.
A queda do dólar e o interesse da população por pescados nobres importados fizeram o setor voltar os olhos e apostar no mercado interno. Um dos exemplos é o camarão de cultivo, que mesmo antes do evento já está chegando aos supermercados com preços mais baixos.

Pequena produção

Com 180 milhões de habitantes, o Brasil é um dos maiores mercados consumidores do mundo, mas, além de consumir pouco, produz pouco pescado. A produção nacional é de cerca de 1 milhão de toneladas/ano – muito menor que a de vizinhos como Chile e Peru, cujo potencial produtivo é menor.
Com o uso de águas públicas para o cultivo de peixes e uma política já em desenvolvimento pela Seap, o país tem condições de, em poucos anos, duplicar sua produção e atender melhor ao seu próprio mercado.