Em julho, o volume de vendas do comércio varejista da Bahia apresentou expansão de 6,8% em comparação ao mesmo mês de 2006. Este resultado levou o comércio baiano ao 44º mês consecutivo, desde 2003, com resultados positivos.
Ao longo desse período, contribuíram para impulsionar os negócios do varejo, a estabilidade da inflação, a elasticidade dos prazos de parcelamento das compras e a melhoria do poder aquisitivo de camada significativa dos trabalhadores, reflexo da recuperação gradual de seus rendimentos.
Os lojistas vêm apostando, cada vez mais, nas promoções e investindo em intensas campanhas de marketing que, aliadas a expansão do crédito e ao alongamento dos prazos de financiamentos das compras, têm se constituído em importantes estímulos para incentivar os consumidores no momento de decidir pela aquisição de um bem financiado.
No comparativo do período julho/junho de 2007, dos oito ramos de atividade que compõem o Volume de Vendas, sete apresentaram variações positivas, cabendo os principais destaques aos segmentos de Móveis e eletrodomésticos (18,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (15,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (15,8%), equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (14,7%), tecidos, vestuário e calçados (13,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,4%), combustíveis e lubrificantes (8,4%).
O segmento que inclui hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou estabilidade, com variação de -0,1 %, ao passo que no subgrupo de hipermercados e supermercados houve um acréscimo (3,3%). Por se tratar do ramo de maior representatividade no contexto varejista, respondendo por mais de 40% da formação da taxa que mede o indicador do comércio, os seus resultados refletem, sobremaneira, no comportamento do setor.
“Neste ano, as expectativas são de crescimento mais favorável da economia brasileira e o comércio varejista baiano deverá encerrar 2007 apresentando desempenho auspicioso, mesmo considerando a base comparativa elevada – ano de 2006”, avaliou Edmundo Figueirôa, diretor de Indicadores e Estatísticas da SEI. Ainda segundo Figueirôa, as perspectivas de aumento do emprego e de continuidade da política de redução da taxa de juros serão de fundamental importância para manter o aquecimento dos negócios do varejo no segundo semestre, período tradicionalmente mais favorável ao crescimento das vendas.

Juros em Queda

Em julho, pela décima sétima vez seguida, as autoridades governamentais reduziram a taxa Selic, passando-a de 12,0% para 11,5% ao ano, dando prosseguimento à flexibilização da política monetária. Desde setembro de 2005, quando teve início o processo de redução dos juros, até este mês, a queda foi de 8,25 pontos percentuais. A taxa Selic serve de parâmetro para se estabelecer os juros dos empréstimos bancários e no crédito direto ao consumidor. Contudo, a despeito das sucessivas reduções, os juros cobrados pelo varejo ainda continuam elevados, o que, na avaliação dos lojistas se deve, entre outros fatores, aos riscos da inadimplência.
Ao decidir pela redução dos juros, as autoridades governamentais levam em consideração a meta de inflação, a qual foi fixada em 4,5% para este ano e para 2008. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA é adotado como referência para se estabelecer tais metas. De janeiro a julho deste ano, esse indicador acumulou aumento de 2,32%, demonstrando que deverá situar-se dentro da meta estabelecida.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio realizada, em âmbito nacional, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (SEPLAN).