O Pelourinho viveu hoje um dia de festa. A homenagem aos santos gêmeos Cosme e Damião prestada pelo Instituto Mauá celebrou a tradição do 27 de setembro. A animação cresceu quando um cortejo ganhou as ruas antigas da área em direção à Praça da Arte, Cultura e Memória, onde o caruru de 7 mil quiabos foi servido à população.
Os grupos Mamulengo da Bahia, Boiada Multicor e Meninos e Meninas do Pelô, além dos capoeiristas do projeto Mandinga, distribuíram alegria pelas ruas coloridas do Pelô. Antes, a festa ficou por conta das sete crianças que saborearam o prato no prédio do Mauá Pelourinho, seguindo o ritual.
Entre eles, estava Luís Carlos de Jesus dos Santos, nove anos. Como manda a tradição, os meninos usaram as mãos para comer o caruru servido no prato de barro. Filho da mestra de capoeira Jararaca, conhecida na região, o garoto resumiu o que achou do cardápio típico: “A festa é muito alegre e o caruru é gostoso demais”.

Tradição

Moradores, devotos e turistas acompanharam o cortejo até a Praça da Arte, Cultura e Memória, onde foi servido o caruru em sete barracas. Um dos turistas presentes foi o músico chileno Maurício Kobler, 30 anos. “Essa mistura que envolve adultos, crianças, doces, música, dança, brincadeiras e culinária é o que fortalece e legitima uma tradição”, afirmou.
As irmãs Terezinha de Jesus Souza, 64 anos, e Raimunda de Jesus Souza, 51, participaram do evento pela primeira vez. Saíram cedo do bairro de Alto de Coutos, na Suburbana, para prestigiar os erês no Pelourinho. Terezinha, filha de Ogum com Obaluwaê, e Raimunda, de Yansã com Ogum, ficaram maravilhadas com a homenagem do Mauá a Cosme e Damião.
Elas explicaram que já foram a manifestações em louvor aos santos gêmeos em diversos lugares da cidade. “Não sabíamos que isso aqui era tão alegre e bonito. Os ibejis devem estar muito satisfeitos com a homenagem”, disseram.