O primeiro filme escolhido pelo público da Sala Walter da Silveira é do italiano Luchino Visconti. Belíssima, produzido em 1951 e estrelado por Anna Magnani, é o cartaz de 1º a 4 de outubro, às 15h e 17h30, da sessão Quero (Re)Ver – o espaço interativo criado pelo cinema dos Barris para prestigiar seus freqüentadores.
Em Belíssima, Visconti narra com destreza e poesia a história de Magdalena Cecconi, interpretada Magnani. Morando em uma casa que é invadida todas as noites pelas luzes e pela vibração trêmula de uma tela cinematográfica, já que de seu quintal é possível assistir aos filmes exibidos pelo cinema ao ar livre do lado, ela sonha em utilizar tal fascínio como ponte para superar sua atual pobreza e falta de perspectivas.
Mas para concretizar o seu desejo, Madalena precisa de uma ferramenta que, elaborada e manuseada por ela, tornará mais fácil o seu aceso a essa incrível “fábrica de ilusões”, e essa ferramenta será justamente a sua pequena filha Maria.
Proveniente de uma família tradicional e nobre da Itália, o Conde Don Luchino Visconti di Modrone, ou simplesmente Luchino Visconti, antes de despertar para o dom de diretor de cinema, passou a juventude estudando artes e literatura e criando cavalos, uma de suas paixões, mas logo se interessou pela sétima arte quando foi convidado para trabalhar com cenografia em um filme de Korda.
A parceria não se concretizou, porém se envolveu com o cinema inusitadamente aos 30 anos de idade, ao ser convidado por Jean Renoir, para ir a Paris e trabalhar como seu assistente no filme Une Partie de Campagne (1936).
De volta à Itália, em 1942, Visconti realiza o seu primeiro longa-metragem Ossessione, baseado no romance O Destino Bate à Sua Porta, de James Cain. Prossegue no viés neo-realista com A Terra Treme e Belíssima, até encontrar o seu ambiente mais característico, da ópera e do drama histórico, sem nunca abandonar suas temáticas sociais, políticas e existenciais.