Tendo em vista a notificação, esse ano, de 400 casos de dengue clássica, assim como de casos da forma grave da doença, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), através da Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (Suvisa), está intensificando algumas medidas para o controle da doença. Entre elas está a veiculação, durante o Carnaval, de uma campanha publicitária, através da mídia, alertando a população para a importância da eliminação dos criadouros do Aedes aegyti, mosquito transmissor da dengue.

Além de manter a vigilância epidemiológica constante e apoiar o trabalho realizado pelas secretarias municipais de Saúde, a Sesab tem investido na capacitação de profissionais de saúde – médicos, instrutores e supervisores dos Programas de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde e agentes de saúde pública – para assistência aos pacientes e execução de medidas de prevenção e controle do vetor.

Esta semana, a Sesab está enviando um informe para as secretarias municipais de Saúde, entidades de classe e profissionais dos hospitais públicos e privados, alertando para a necessidade de observarem os sinais de gravidade da doença. Nos municípios com surto da forma clássica de dengue ou com casos suspeitos ou confirmados de dengue hemorrágica, a Sesab realiza a aplicação do inseticida a ultra baixo volume (UBV), conhecido como “fumacê”.       

  A médica Jesuína Castro, da Vigilância Epidemiológica da Sesab, também coordenadora do Comitê Estadual de Mobilização no Combate à Dengue, adverte que as ações devem ser contínuas, especialmente durante o Verão, quando a reprodução do inseto ocorre de forma mais expressiva.

Conforme dados da Vigilância Epidemiológica da Sesab, foram notificados, esse ano, na Bahia, 400 casos de dengue clássico, sendo 64 em Salvador. O município de Campo Alegre de Lourdes concentra o maior número de casos – 200.  

 Jesuína Castro lembra que todos os municípios baianos têm a presença do vetor (o Aedes aegypti), daí a necessidade de manter o alerta e as ações de prevenção, a fim de evitar novas epidemias. “É fundamental manter o trabalho de eliminação dos criadouros do mosquito”, enfatizou a médica, acrescentando que em todo o país constatou-se que a grande maioria dos focos do mosquito está nos domicílios.

“A dengue está sendo criada, principalmente, dentro dos domicílios. Por isso, é necessário que a população esteja engajada no controle dos focos”, reafirmou Jesuína Castro, apontando ainda os tambores, tonéis e tanques de água como os principais criadouros do mosquito, seguidos de outros depósitos, como pneus velhos e garrafas, e vasos de plantas.

A médica fala também para a necessidade de se procurar um serviço de saúde, sempre que as pessoas apresentarem sintomas suspeitos da doença – febre alta, fraqueza, dores nos músculos e nas articulações, falta de apetite, dores de cabeça, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas na pele –, para que seja feito o atendimento médico, confirmação do diagnóstico e a conseqüente notificação do caso à Vigilância Epidemiológica da Sesab.