Apesar da situação de calamidade pública ocasionada pelas enchentes do Rio São Francisco e pelas fortes chuvas que caíram em várias regiões da Bahia desde o começo do ano, principalmente no mês de fevereiro, as equipes de Vigilância Epidemiológica das Diretorias Regionais de Saúde (Dires) e dos municípios estão conseguindo monitorar as doenças/agravos, que estão dentro do padrão de ocorrência das localidades afetadas pelas inundações.

A conclusão é da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria da Saúde, e destacada pelo secretário Jorge Solla como resultado da mobilização do corpo técnico da Sesab desde o início das enchentes. As equipes levaram estoques extras de medicamentos e reforçaram os cuidados médicos nos locais atingidos. Segundo a Divep, não há, no momento, necessidade de reforço do uso de imunobiológicos (soros anti-ofídico, anti-aracnídeo e anti-escorpiônico), apenas remanejamento dessas medicações entre alguns municípios.

Também estão disponíveis medicamentos como sais de hidratação oral, hipoclorito de sódio, antibióticos e antitérmicos, dentre outros. No entanto, é necessária o monitoramento das doenças e agravos à saúde para que sejam detectadas precocemente quaisquer alterações no padrão epidemiológico, ou seja, caso ocorra algum indício de doença epidêmica. Para tanto, equipes dos programas Agente Comunitário e Saúde da Família, dos hospitais e unidades de pronto-atendimento estão atentas para atuarem e comunicarem qualquer caso suspeito ao Serviço de Vigilância Epidemiológica.

Ao contaminarem o solo e os mananciais de água, as enchentes podem trazer, como conseqüência, a ocorrências de doenças como diarréias, hepatite A, leptospirose, dermatites, e propiciar infecções respiratórias agudas, principalmente entre crianças e idosos.

Preocupado com a situação de municípios como Bom Jesus da Lapa, Carinhanha, Sítio do Mato e Malhada, fortemente inundados pela cheia do Rio São Francisco, o secretário Jorge Solla enviou para a região técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica e da Superintendência de Gestão e Regulação da Atenção à Saúde para, juntos, definirem estratégias para enfrentamento da situação.

As visitas foram realizadas de 7 a 9 de março. Após levantamento de dados com a Vigilância Epidemiológica dos municípios das doenças de notificação compulsória de janeiro a março e do monitoramento das doenças diarréicas agudas, os técnicos fizeram um comparativo dos casos registrados em 2005 e 2006, concluindo que as ocorrências de 2007 estão dentro do padrão verificado nos municípios nos anos anteriores. A atenção, entretanto, continua.

Desde a intensificação da ocorrência de inundações, a Sesab vem reforçando a remessa de kits com medicamentos e materiais para pequenos procedimentos médico-cirúrgicos, como luvas, compressas, seringas e curativos. Entre os medicamentos, o reforço maior foi de antibióticos, analgésicos, antitérmicos, antiparasitários, sais de reidratação e cloro para tratamento da água potável. Já foram atendidos os municípios de Juazeiro, Pilão Arcado, Xique-Xique, Muquém do São Francisco, Morpará, Barra, Ibotirama, Parintinga, Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Malhada, Carinhanha, Amargosa e Itamaraju.