A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu, desde 1987, o dia 31 de maio como o Dia Mundial sem Tabaco. Este ano, o tema escolhido para as atividades alusivas à data foi Ambiente Livre do Cigarro é Direito de Todos, como forma de ressaltar os malefícios da fumaça ambiental do tabaco, que corresponde à fumaça da queima de produtos derivados do tabaco, geralmente pelo ato de fumar.

Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, está realizando uma série de atividades alusivas à data, a exemplo de palestras, exposições monitoradas e distribuição de material educativo.

Quinta-feira (31), no auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto (CAS), das 9 às 12 horas, acontece o seminário Pacto da Saúde no Controle do Tabagismo, com as presenças do secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla.  

A enfermeira Terezinha Paim, coordenadora do Programa de controle do Tabagismo da Sesab, explica que o principal objetivo é colocar em evidência a problemática do tabagismo, chamando atenção, principalmente, para o risco do tabaco para fumantes, não fumantes e meio ambiente.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a exposição à fumaça ambiental ocorre onde quer que o fumo seja permitido – lares, locais de trabalho e locais públicos -, e calcula que aproximadamente 700 milhões de crianças respiram ar contaminado pela fumaça do tabaco.

As atividades relacionadas ao Dia Mundial sem Tabaco foram iniciadas ontem (24), com exposição monitorada no restaurante do Sesc/Comércio, onde volta a ser realizada hoje (25). A exposição será repetida no dia 29, no restaurante do Sesc da rua Chile, e nos dias 30 e 31, no Restaurante do Sesc/Nazaré.

No dia 31, pela manhã, será realizado o seminário Pacto da Saúde no Controle do Tabagismo, abordando os seguintes temas: Intersetorialidade e Saúde (Jairnilson Paim, do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba), A Vigilância Sanitária e o Controle do Tabagismo (Ita de Cácia Aguiar Cunha, diretoria da Vigilância Sanitária e Ambiental) e A Contribuição do Direito no Controle do Tabagismo (Itana Viana, do Ministério Público da Bahia). No mesmo dia, à tarde, em parceria com a Cassi, Cetad e secretaria municipal de Saúde, será realizado um workshop com os profissionais de saúde envolvidos no tratamento dos fumantes.

Ações e atendimento

O Programa de Controle do Tabagismo da Sesab, além das ações educativas contínuas e pontuais, disponibiliza o tratamento para fumantes dispostos a   abandonar o vício. Para isso, capacitou profissionais de 26 municípios, inclusive Salvador, para este atendimento, que inclui o suporte medicamentoso.

Em Salvador, o atendimento é oferecido nas seguintes unidades: Cetad, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPad), Hospital Especializado Octávio Mangabeira e nas unidades da secretaria municipal de Saúde – Centro de Saúde São Francisco (Centro Histórico), 3º Centro (Liberdade), 5º Centro (Centenário), 7º Centro (Itapuã), 12º Centro (Boca do Rio), 14ª Centro (Sete Portas),  Centro de Saúde Edgar Pires da Veiga (Pau da Lima), Centro de Saúde Rodrigo Argolo (Cabula), e nas Unidades de Saúde da Família da Jaqueira do Carneiro, de Santa Mônica, do Candeal, de São Tomé de Paripe e de Cajazeiras V.

Substâncias tóxicas

O pneumologista Francisco Hora explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência do tabaco, e que os produtos derivados do tabaco, especialmente os cigarros, são construídos para criar e manter dependência química entre seus consumidores.

Por outro lado, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) adverte que mesmo disfarçados com cores, sabores e até nomes inocentes, os produtos tabagíferos são drogas que produzem 4.700 substâncias tóxicas, responsáveis por doenças graves como o enfisema, doenças do coração e câncer.

 Ainda segundo o pneumologista, o fumo é considerado atualmente um problema de saúde pública, responsável por cerca de cinco milhões de mortes por ano no mundo, sendo 200 mil no Brasil. “É importante lembrar que o fumante passivo tem 30% mais chance de desenvolver câncer que as pessoas que não respiram a fumaça lançada no ambiente”, acrescenta Francisco Hora.

A OMS recomenda como única estratégia eficaz para proteção às pessoas dos efeitos prejudiciais da fumaça ambiental um ambiente 100% livre do tabaco, e garante que a ventilação e áreas específicas para fumantes não reduzem a exposição a um nível seguro de risco.