Trabalhos realizados pela Bahia Pesca no Projeto Bijupirá e no setor de carcinicultura, foram expostos na IV Feira Nacional do Camarão (Fenacam), realizada na semana passada, no Centro de Convenções de Natal, Rio Grande do Norte. A feira, que terminou na última sexta-feira, teve como objetivo encurtar a distância entre consumidores e produtores num momento crítico para o setor, que se volta para o mercado interno como forma de sobreviver ao dólar baixo.

A integração dos diversos setores da produção aqüícola foi o foco desta  edição do evento. Além do Simpósio Internacional Sobre a Indústria do Camarão Cultivado, da Feira Internacional de Aqüicultura e da Rodada de Negócios e Festival Gastronômico de Frutos do Mar, também foi realizado paralelamente o primeiro Simpósio Internacional de Aqüicultura, dedicado ao setor responsável pela criação ou cultivo controlado de peixes e moluscos. Dentro desse contexto, foram abordados temas como as políticas públicas para a promoção do setor, oportunidades de mercado, boas práticas de manejo e aspectos legais do cultivo.

‘‘O objetivo foi atualizar o setor, facilitar o intercâmbio de informações e divulgar as ações que vem sendo desenvolvidas, como os investimentos em novos produtos para o consumidor. No momento em que estamos perdendo competitividade por causa do dólar, há a necessidade de atrair a atenção do mercado interno, estreitar a distância entre o produtor, que está vendendo a preço baixo, e o consumidor final, eliminando as intermediações. É o momento ideal para que os membros dessa cadeia produtiva se conheçam e possam fazer negócios’’, analisou o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha.

A participação da Bahia Pesca na Fenacam foi importante para atrair novos investimentos  e promover a aqüicultura e a pesca, mediante a implantação de projetos de natureza econômica, social e ambiental, visando contribuir para o desenvolvimento do estado. A Bahia é o primeiro estado brasileiro a reproduzir, em cativeiro, o bijupirá, uma das espécies mais valorizadas de peise, com benefícios sociais e ecológicos, pois a espécie possui um ótimo crescimento, chegando a pesar de 6 a 8 quilos em apenas um ano de cativeiro.

Modelo integrado

Empresa ligada à Secretaria da Agricultura, a Bahia Pesca desenvolve um modelo integrado de produção de camarão marinho, voltado para a participação de pequenos produtores, e a consolidação da carcinicultura empresarial nos pólos existentes. O modelo familiar é composto de viveiros de engorda, distribuídos em módulos de dois hectares. Já o modelo artesanal/extensivo é implantado em áreas com pouca corrente marinha, utilizando uma densidade reduzida, criando alternativas de emprego produtivo para os pescadores artesanais e trabalhadores rurais adjacentes à região litorânea.

O stand da  Bahia Pesca,  muito elogiado pela beleza, atraiu um número grande de visitantes e  exibiu  16 filhotes de bijupirá, disponibilizando  informações técnicas para empresários de várias partes do Brasil e até do exterior sobre o trabalho da instituição.