Encantamento. Esta é a primeira palavra que vem à boca de quem assistiu, neste domingo de Carnaval, o desfile do bloco Eterna Juventude pelas ruas do Centro Histórico. O brilho e a suntuosidade das fantasias, todas feitas com material reciclado, se completam com sorrisos largos e pés ágeis das passistas, todas ou quase todas com mais de 60 anos.

Há sete anos, o artista plástico Joaquim Assis transformou o que ninguém mais queria em roupas de luxo, fantasias e adereços criativos. E mais: transformou a auto-estima de centenas de mulheres e homens. “Minha mãe estava com depressão trancada dentro de casa. E ele mudou a vida dela”, afirmou a enfermeira Elza Maria Miranda uma das voluntárias que acompanha a escola. A mãe, Maria Miranda, 64 anos, era só sorrisos na ala vermelha das baianas.

O minucioso trabalho de Joaquim transforma embalagens tipo quentinha,  cds piratas, rótulos de refrigerante, sacos de café e salgadinhos em belas e brilhantes fantasias. Este ano, o mestre-sala da escola se vestiu de Fênix para simbolizar o renascimento das cinzas. “Por conta de um incêndio que destruiu as nossas fantasias tivemos que refazer tudo em apenas 40 dias”, afirmou ele.