A viabilidade na utilização do Biodiesel B5 (acréscimo de 5% de biodiesel na composição do óleo diesel convencional) começará a ser verificada a partir de hoje (9), após o lançamento oficial do Projeto B5, no Farol da Barra. No local, foi dada a largada para seis veículos Ford Ranger, que vão percorrer 100 mil quilômetros durante nove meses nas estradas da Bahia utilizando o biocombustível. O objetivo é aprovar o uso do B5 e comercializá-lo já em 2008, antecipando-se à lei que estipula a obrigatoriedade deste percentual para 2013. Produzido a partir de fontes renováveis, o biodiesel deriva de óleos vegetais extraídos da soja, da mamona e da palma, entre outros.

O projeto integra uma articulação conjunta entre o Governo do Estado, a Petrobras, a Ford, a Universidade Salvador (Unifacs) e outros parceiros. Através dele, as seis rangers vão seguir 10 rotas por todo o estado, abastecidas por dois tipos de biodiesel provenientes de diferentes oleaginosas: um a partir de semente de mamona (em dois veículos) e outro a partir da soja (em mais dois veículos). As duas Rangers restantes vão rodar com óleo diesel comum. Assim, cada uma delas terá seu desempenho avaliado ao final dos testes, que verificarão ainda a emissão de poluentes e o desgaste de cada motor em comparação aos que utilizaram o diesel convencional. Uma atenção especial será dispensada aos sistemas de injeção eletrônica.

A equipe que guiará os veículos será formada por técnicos químicos e mecânicos devidamente treinados. Nos testes, será utilizado o biodiesel produzido pela Petrobrás, no Rio Grande do Norte. Estima-se que, em 2013, o mercado potencial para atender a demanda de B5 será de aproximadamente 2 bilhões de litros de biodiesel no país. Atualmente, o B2 (acréscimo de 2% de biodiesel no óleo diesel) já tem o seu uso autorizado depois que montadoras, governo e sociedade entraram em consenso quanto à sua qualidade. A demanda anual prevista hoje no Brasil é de 800 milhões de litros de B2, que passará a condição de obrigatório em janeiro do ano que vem.

Ao lado do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o governador Jaques Wagner deu a partida simbólica em uma das Rangers e afirmou torcer para que os 100 mil quilômetros da Bahia possam atestar a viabilidade na utilização do B5 nos motores atuais da frota de carros a diesel do país. “É muito importante que esses testes apontem para o Brasil uma matriz energética renovável de origem vegetal, num tempo em que a questão ambiental preocupa o mundo inteiro”, disse Wagner.

O consultor técnico do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Carlos Vinícius Massa, explicou que, com a finalização dos testes e a aprovação do uso do B5 em 2008, a companhia passará a comercializá-lo nos quatro mil postos de sua rede, onde o B2 já é disponibilizado. “A grande vantagem do biocombustível é o fato de ele ser renovável, ou seja, não contribuir para o efeito estufa”, falou Massa. O engenheiro-chefe da Ford, Diógenes de Oliveira, informou que o uso do combustível de origem vegetal diminui a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente.