O retorno de Caetano Veloso puxando um trio independente marcou o carnaval da Barra na noite de ontem (18). O trio Ó Pai Ó deu a largada da concentração às 18h30 cantando a música tema do filme um frevo da autoria da dupla Davi Moraes e Caetano e interpretada por ele e Jauperi. Baseado na peça escrita pelo do secretario da Cultura, Márcio Meireles, nos anos 90, o filme será lançado em 30 de março.

Para Meireles é bom ver que o teatro pode proporcionar uma perspectiva de mundo melhor para quem não tem voz. “O Pelourinho, que é o tema da peça, vai ganhar a partir de março um grupo de trabalho que vai repensar o local. Afinal, muitas pessoas ainda moram por lá. Não podemos tratá-lo como um shopping center”, disse.

O secretário pontuou que no próximo ano o Carnaval será mais democrático. “Este ano não tivemos muito tempo para trabalhar, mas com certeza em 2008 faremos um Carnaval mais democrático, para o povo. Não podemos pensar no Carnaval como uma mercadoria”.

O folião pipoca que esteve na Barra, além de se divertir ao som das bandas baianas pôde ver de perto o ator Lázaro Ramos, a apresentadora Regina Casé e os cantores Zezé de Camargo, Zé Ramalho e Chico Cezar. 

Para o capixaba Tiago Zanetti, 23 anos, a Barra tem seus atrativos e por isso há três anos escolheu o circuito para pular. “O local tem suas vantagens. Podemos curtir a cidade durante o dia e o Carnaval à noite”.

Zanetti fez questão de elogiar a estrutura montada pelos governos do estado e do município. “Cada vez que chegamos encontramos novidades e melhores serviços. Este ano aumentou o número de postos de saúde e o policiamento está agindo de forma ostensiva, com isso inibindo os furtos”, explicou.

Da mesma forma falou o empresário pernambucano, Marcones Batista, 32 anos. Batista é deficiente físico, mas nem isso o desanima. Segundo ele, existe uma compreensão muito grande dos foliões e principalmente da polícia, que está sempre se dispondo a ajudar. “Há oito anos passo carnaval em Salvador, mais precisamente na Barra, e aprendi que atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, comentou.