Não há nada, nem uma sinalização do Governo Federal, que indique a extinção da Comissão do Plano Executivo da Lavoura Cacaueira (Ceplac). A garantia foi dada pelo governador Jaques Wagner, em reunião, hoje (21), com cacauicultores, servidores do órgão, produtores e empresários. “Pelo contrário. A Ceplac vai ajudar essa região a brilhar novamente”, reforçou.
O governador afirmou que a atenção à lavoura cacaueira é um dos pontos fundamentais no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinará R$ 2 bilhões à recuperação. A reunião, no Centro de Planejamento da Ceplac, na rodovia Ilhéus – Itabuna, aconteceu no intervalo entre a entrega da obra de recuperação da BA 262, trecho Firmino Alves – Floresta Azul, pela manhã, e a inauguração de equipamentos da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), também na rodovia Ilhéus – Itabuna.

Equipamentos para a Universidade

A Uesc recebeu um hospital veterinário, um centro de microscopia eletrônica, um núcleo de biologia, um centro de pesquisas e tecnologias das radiações, uma quadra poliesportiva (com arquibancada para 300 pessoas), uma pista de acesso ao hospital e uma estação de tratamento que vai oferecer água de qualidade a todo o campus universitário.
O investimento total foi de R$ 5.737,528 milhões, com a participação do Governo do Estado e parcerias com o governo federal. O projeto de mais alto custo foi o Hospital Veterinário que, sozinho, consumiu R$ 3,563 milhões.
O hospital, onde serão realizadas pesquisas científicas e aulas práticas aos alunos do curso de medicina veterinária, conta com centro cirúrgico, clínica de pequenos e grandes animais, salas para cirurgias e atendimento clínico, laboratórios e enfermaria – tudo dividido numa área de 3 mil metros quadrados.
O médico veterinário Roberto Paixão, diretor do hospital, explicou que a unidade dará suporte acadêmico aos estudantes, cumprindo uma exigência legal do Ministério da Educação. O curso de medicina veterinária da Uesc conta com 220 alunos – entrada anual de 50.
O governador destacou a importância das novas unidades para o papel da Uesc na formação dos jovens da região. “Investimentos como esse valorizam a universidade pública e essa é uma das nossas prioridades. Ao mesmo tempo, incentivando a pesquisa e o conhecimento no estado”, afirmou o governador. Também estavam presentes o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o reitor da Uesc, Antônio Joaquim Bastos.
O Centro de Microscopia Eletrônica vai desenvolver e incentivar a pesquisa científica de alto nível e apoiar atividades de ensino em pós-graduação e prestação de serviços na área de diagnóstico, enquanto o Centro de Pesquisas e Tecnologias das Radiações utilizará raios X e equipamentos de rádio-diagnóstico por imagem e técnicas associadas. O Núcleo de Biologia Computacional, por sua vez, vai apoiar o trabalho do Instituto Baiano de Biotecnologia (IBB) e estabelecer parcerias com instituições de ensino superior e empresas. O acesso será via portal eletrônico público para consultas e serviços biotecnológicos.

Trecho da BA 262 beneficia 100 mil pessoas

As populações de Firmino Alves e Floresta Azul festejaram a recuperação do trecho da BA 262. O investimento foi de R$ 26,9 milhões – 60% financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 40% de contrapartida do Governo do Estado. A estrada foi recuperada à base de brita graduada e asfalto tipo concreto betuminoso usinado a quente, considerado o mais durável dos pavimentos.
A obra fez parte do Programa de Integração dos Corredores Rodoviários e recuperou 37,12 quilômetros, beneficiando 100 mil habitantes – das cidades de Firmino Alves, Floresta Azul, Itapetinga, Santa Cruz da Vitória e Ibicuí. Pela rodovia passam cerca de 1,5 mil veículos por dia. “Com a revitalização desse trecho da BA 262, estamos oferecendo uma maior qualidade de vida à região e incrementando a infra-estrutura viária do estado da Bahia, o que para nós é de extrema importância”, destacou o governador.
Quem trafega pela estrada elogiou o serviço realizado. A professora Ana Amélia Tenório, que mora em Itapetinga e dirige pela rodovia pelo menos uma vez por mês, considerou o trabalho de excelente qualidade. “Antes, eu levava mais de duas horas para ir de Itapetinga a Itabuna. Agora, fazemos o percurso em uma hora e meia. Melhorou bastante”, disse ela. Durante os quatro anos em que cursou faculdade em Ibicaraí, Ana Amélia passava pela estrada todos os dias e conta que havia muitos problemas e transtornos. “O carro sempre quebrava por conta dos buracos”, concluiu a professora.
Já o representante comercial Eriosvaldo Oliveira Lopes, passa pelo local uma vez por semana e também reconhece as melhorias. “Num carro de passeio, eu gastava quase cinco horas para vir de Vitória da Conquista a Itabuna. De ônibus, eram quase sete horas. Felizmente, agora tudo ficou 100% melhor”, falou Eriosvaldo. Segundo ele, dava medo passar pelo local à noite, em função dos buracos e do estado precário do pavimento. E quando chegava ao destino final, era sempre necessário fazer uma revisão no veículo.