As chuvas registradas na Bahia nos últimos dias vão garantir o abastecimento das cidades servidas pelas barragens das bacias dos rios Paraguaçu (Apertado, França, São José e Pedra do Cavalo) e Itapicuru (Pindobaçu, Ponto Novo e Pedras Altas) pelos próximos dois anos A boa nova para a região do semi-árido foi anunciada hoje (27) pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH).

“Como as barragens estão cheias, não haverá insegurança hídrica, isto é, risco de falta de água nas cidades abastecidas por esses reservatórios, mesmo que não chova nos próximos dois anos. Além disso, as barragens mantidas pela SRH atendem por volta de 30% da população baiana”, afirmou o diretor-geral do órgão, Júlio Rocha. Também não há risco de enchente ou qualquer acidente nas barragens baianas operadas pela SRH, mesmo com as chuvas.

Segundo dados da superintendência, o nível de todas as barragens nas bacias do Paraguaçu e do Itapicuru subiu em decorrência das chuvas registradas no estado. Com exceção das barragens de Pedra do Cavalo e de São José, a água verteu (vazou) em todos os demais reservatórios, que tiveram acréscimo de milhões de metros cúbicos no seu volume d´água. Os técnicos da SRH fazem o monitoramento diário dos reservatórios. Nos últimos dias estão sendo observadas as estações fluviométricas localizadas à montante dos reservatórios para registrar a elevação do nível dos rios e obter medições mais precisas de vazão em um período de cheia.

Para se ter uma idéia, desde o início de fevereiro até ontem (26), período em que as chuvas se intensificaram no estado, sem considerar o volume que verteu, o nível da água na Barragem de Apertado subiu 5,4 milhões de metros cúbicos. Na barragem do França, o volume de água subiu 3,62 milhões de metros cúbicos e a barragem de São José adquiriu 33,14 milhões de metros cúbicos de água. Em Pindobaçu, o nível subiu 1,1 milhão de metros cúbicos, em Ponto Novo, 6,30 milhões de metros cúbicos e em Pedras Altas, 10,83 milhões de metros cúbicos.

Em Pedra do Cavalo, segundo a SRH, há uma especificidade porque o reservatório tem como uma de suas funções o controle de enchentes nas cidades de Cachoeira e São Félix. É determinada, pela regra de operação, a manutenção da cota em níveis menores ou igual a 114,5 metros de altura para esta época do ano. “Sempre que o nível chega a 114,5 metros as comportas são abertas”, explicou João Ilton, coordenador de Manutenção e Operação de Reservatório da SRH. 

Ele disse que não há motivo para preocupação pelo fato da maioria das barragens estar vertendo, explicando que técnicos da SRH monitoram diariamente o nível da água nesses reservatórios. Atualmente, os supervisores tambem estão realizando a medição dos rios afluentes às barragens; ação importante para constatar o quanto o nível dos rios está subindo e quanto os reservatórios estão vertendo.

Com medições precisas de vazão no período de cheia, segundo ele, é possível estabelecer regras de operação mais apuradas. “Se a gente tem o conhecimento mais preciso da vazão afluente, ou seja, de quanto entra na barragem, a gente consegue ter uma operação mais eficaz. Essa operação consiste em controlar a vazão a jusante. É uma segurança que é estabelecida a partir do trabalho da Diretoria de Engenharia e de Regulação da SRH gestora do contrato de monitoramento hidrométrico”, atestou.

João Ilton assegurou que, de seis em seis meses, a SRH faz uma avaliação das condições físicas dos reservatórios que opera; avaliações que ocorrem antes e depois do período das cheias. “A última vez foi em novembro de 2006, utilizando a metodologia do Ministério da Integração Nacional. O diagnóstico foi que todas as barragens apresentam condições plenas de operação”, disse.