O período de 1945 a 1964 na Bahia foi marcado por importantes transformações políticas, econômicas e culturais. Trata-se do momento de descoberta e exploração do petróleo em solo baiano, da implantação de indústrias pesadas, de automóveis e de energia, da criação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e fundação da Companhia Teatro dos Novos. Para organizar a memória sobre este período e debater os modelos de crescimento econômico e de fomento a cultura do estado, a Fundação Pedro Calmon promoverá, a partir de hoje (9), um ciclo de conferências intitulado Desenvolvimento e Desenvolvimentismo na Bahia (1945-1964).

As conferências ocorrerão no Palácio Rio Branco, Praça Municipal, e reunirão personalidades políticas e acadêmicas que protagonizaram as mudanças político-culturais do período na história baiana. Os dois primeiros palestrantes serão o economista e presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o professor de Administração da Ufba, João Eurico Matta. 

Hoje (9), às 9h, Gabrielli falará sobre O desenvolvimento da economia da Bahia e a contribuição da Petrobras. Na conferência,  ele abordará a participação da estatal no desenvolvimento baiano. Fundada em 1953, a Petrobras dinamizou não só a economia, mas também a rotina social e cultural do estado. A empresa, por volta de 1964, empregava em Salvador aproximadamente 24 mil pessoas, trabalhadores assalariados que mais tarde constituíram a nova classe média baiana. O tema da descoberta e extração do petróleo em solo baiano será novamente debatido durante a conferência do fundador do sindicato dos trabalhadores da Petrobras, Wilton Valença.

O professor João Eurico Matta, membro da Academia de Letras da Bahia, abordará a Reforma Administrativa na Bahia. Ainda neste mês de abril, o chefe de gabinete do governo do Estado da Bahia, Fernando Schimidt, fará palestra no dia 24, às 14h.

Entre os próximos palestrantes estão o ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Waldir Pires, a dramaturga Aninha Franco, o reitor da Ufba, Naomar Almeida, a presidente da Academia de Medicina de Feira de Santana, Eliana Azevedo, a secretária de Justiça da Bahia, Marília Murici, a professora de arquitetura e urbanismo da Ufba, Ana Fernandes, o poeta e presidente da Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro), José Carlos Capinam.

Está prevista ainda a participação do secretário de audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Sena, que falará sobre o Cinema Novo e a Contribuição de Glauber Rocha. Após o Ciclo de Conferências, será organizado um acervo sobre a história e as memórias do período em debate, que irá compor o Memorial Casa da Bahia da Fundação Pedro Calmon. A sociedade baiana poderá ter acesso ao acervo para apreciação e pesquisas.

Pequena biografia

José Sergio Gabrielli de Azevedo tem 57 anos e é professor titular licenciado da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Exerceu o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras desde 1º de fevereiro de 2003 até 21 de julho de 2005. Ele formou-se em economia pela Ufba, com mestrado na mesma instituição com dissertação sobre Incentivos Fiscais e Desenvolvimento Regional.

Em 1987, obteve o título de PhD em Economia pela Boston University, com dissertação sobre o Financiamento das estatais no período de 1975 a 1979. No período de 2000 a 2001 foi Visiting Research Scholar na London School of Economics and Political Science.

Foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, coordenador do Mestrado em Economia da Ufba e superintendente da Fundação de Apoio a Pesquisa e Extensão (Fapex). É autor de diversos artigos e livros sobre reestruturação produtiva, mercado de trabalho, macroeconomia e desenvolvimento regional.