A Comissão Tripartite de Meio Ambiente se reuniu hoje (1º) para conhecer uma proposta experimental de revitalização do trecho do Rio São Francisco que banha o município de Barra (BA).  O projeto de revitalização do leito fluvial foi apresentado pelo doutor da Universidade de São Paulo (USP), Joaquim Riva, à comissão, que reuniu os representantes dos poderes federal, estadual e municipal, na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh).

O plano integra um conjunto ações voltadas para a estabilização do leito fluvial e desenvolvimento regional ao longo de 12 quilômetros do São Francisco, com mobilização das populações ribeirinhas e aproveitamento de mão-de-obra das comunidades. A iniciativa pretende recuperar nascentes, reduzir a erosão das margens, recompor matas ciliares e extinguir os bancos de areia, utilizando técnicas inovadoras de bioengenharia.

Além da geração de emprego e renda para as populações, o campo de prova do projeto vai abrigar uma usina de compostagem de lixo orgânico e desenvolver um projeto de saneamento básico rural a custo reduzido, em um pequeno vilarejo da região. Será também instalado um viveiro de mudas, a serem utilizadas no reflorestamento das margens.

A proposta foi bem recebida pela comissão, que pretende estudar o projeto, antes da emissão da licença para sua implementação. O secretário da Semarh e presidente da Comissão Tripartite, Juliano Matos, vê com otimismo a iniciativa, pretendendo assegurar o licenciamento no âmbito estadual, uma vez preenchidos todos os requisitos. “”A revitalização é prioridade do Governo do Estado””, assegurou Matos, que foi reconduzido à presidência da comissão por mais oito meses.

O plano-piloto a ser executado é pioneiro no Brasil, mas já obteve resultados positivos em experiências semelhantes realizadas nos rios Mississipi (EUA), Reno (Holanda) e Mekong (Laos). O projeto, financiado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa) deve ter início até maio deste ano.