O comércio baiano deve manter, em 2007, o desempenho positivo registrado ano passado, quando o setor registrou um crescimento de 9,67%, índice mais expressivo dos últimos três anos. A queda do desemprego e a recuperação do poder aquisitivo – a exemplo do reajuste do salário mínimo em abril – devem refletir positivamente no aquecimento do consumo, especialmente de produtos de hipermercados e supermercados.

Em fevereiro deste ano, o volume das vendas do varejo cresceu 9,7%, completando 39 meses consecutivos de resultados positivos no comércio baiano. A taxa é significativa por retratar o comportamento do setor em um mês com menor número de dias úteis e por ser a comparação com o desempenho de fevereiro de 2006, quando registrou expressiva taxa de crescimento. No comparativo com janeiro, o aumento foi de 0,5%.

Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados em parceria pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).

O crescimento acumulado nos dois primeiros meses de 2007 em relação ao mesmo período do ano passado foi de 12,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação é de 10,2%.

A maior contribuição positiva foi do segmento de móveis e eletrodomésticos (30,9%), impulsionado pelas campanhas promocionais das grandes redes varejistas e pela elasticidade dos prazos de financiamento. Também colaboraram outros artigos de uso pessoal e doméstico (19,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (10,6%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,0%) – no subgrupo de hipermercados e supermercados a variação foi mais expressiva (13,8%) –, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e tecidos, vestuário e calçados (4,8%).

Já os segmentos de equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (-4,9%) e de combustíveis e lubrificantes (-3,8%) registraram retração no volume de vendas. Nos ramos que não integram o indicador do varejo mas são apurados pela pesquisa, as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças expandiram-se 9,7%, e de material de construção recuaram 2,7%.

Segundo a equipe técnica da SEI, condições favoráveis ao comércio estão impulsionando o setor: a estabilidade da inflação, a maior oferta de crédito, a recuperação gradual da renda dos consumidores e a grande concorrência com os importados. A desvalorização cambial tem facilitado a importação de grande variedade de bens de consumo em diversos segmentos varejistas. As constantes promoções e a ampliação dos prazos de parcelamento das compras também têm sido importantes incentivos.