A população baiana comemora, nesta segunda-feira (2), os 185 anos de Independência do Estado. A festa lembra a batalha que tornou o Brasil totalmente livre da dominação de Portugal. As festividades começam dia 30, com a saída do Fogo Simbólico da cidade de Cachoeira, que será trazida à capital por corredores. No dia 1º, às 10h30, será celebrado o Te Deum, em homenagem à data cívica, na Igreja Basílica de Salvador. A chegada do Fogo Simbólico está marcada para as 16h.

O 2 de Julho, cujo cortejo foi considerado oficialmente bem imaterial do Estado, será comemorado em grande estilo este ano. Desta vez, as comemorações vão extrapolar os limites do cortejo em Salvador e das celebrações no recôncavo baiano. A exposição “”Imagens da Liberdade””, do fotografo Silvio Robatto e que conta com imagens do Arquivo Municipal será inaugurada hoje (28), às 18h30, no Palácio Thomé de Souza (Prefeitura), e poderá ser vista, em outros formatos e em diversos espaços durante o cortejo, dia 2.

A tocha chega ao bairro de Pirajá, no dia 1º, depois de passar por Santo Amaro da Purificação, São Francisco do Conde, Candeias e Simões Filho, percorrendo um trajeto de 110 quilômetros nos lugares onde aconteceram as batalhas até a chegada das tropas nacionais a Salvador em 1823.

O 2 de Julho vai começar com uma alvorada com queima de fogos, às 6h, no Largo da Lapinha. Às 9h, o governador Jaques Wagner participa da solenidade de hasteamento das bandeiras, logo depois terá início o desfile com destino à Praça Municipal. A principal atração do desfile são as figuras do Caboclo e da Cabocla, que representam o povo brasileiro libertado. Os carros alegóricos foram adotados em 1826 e permanecem até hoje. Às 11h30, os carros simbólicos serão recolhidos nos caramanchões da Praça Municipal.

À tarde, o desfile recomeça às 15h, com uma homenagem aos heróis do 2 de Julho, feita pelo presidente da Câmara de Vereadores, Valdenor Cardoso. Novamente haverá o hasteamento das bandeiras e, logo após, o cortejo segue em direção ao Campo Grande. A chegada está prevista para as 17h, quando acontecerá a execução do hino ao Dois de Julho, seguida de uma apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia. No encerramento há o acendimento da pira, e as autoridades colocarão flores no Monumento ao Dois de Julho.

As festividades do 2 de Julho comemoram a conquista da independência do Brasil do domínio português. A liberdade proclamada por D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, foi assegurada na Bahia, entre 1822 e 1823, com muita luta contra as tropas lusitanas. Desde 1824 as ruas de Salvador se enfeitam de verde e amarelo para celebrar a vitória. Fanfarras, desfile patriótico, cortejo cívico, muito samba e batucada para homenagear os heróicos brasileiros que lutaram pela pátria livre. As imagens dos caboclos, principais atrações da celebração do 2 de Julho, fazem parte dos festejos tradicionais desde o século XIX, por serem o símbolo maior do nosso patriotismo.

A relevância da data é explicitada no Hino ao 2 de Julho, de autoria de Ladislau dos Santos Titara e música de José dos Santos Barreto, que já foi cotado para ser o hino oficial da Bahia. A letra que evoca os heróis que lutaram nas Campinas de Cabrito e Pirajá, é sobretudo um brado de compromisso do povo baiano com a liberdade.

Ladislau foi poeta e participou das lutas pela independência. Foi ele que contou em seus versos a história do corneteiro que ao ser orientado para tocar os acordes de recolhimento das tropas, errou e fez soar as notas que indicam “avante, degolar” e fez com que as tropas brasileiras avançassem sobre os portugueses que se intimidaram com a ofensiva. Ele é também autor do poema Caramuru.

Hino ao 2 de Julho

Musica: José dos Santos Barreto

Letra: Ladislau dos Santos Titara

Nasce o sol a 2 de julho

Brilha mais que no primeiro

É sinal que neste dia

Até o sol é brasileiro

Nunca mais o despotismo

Regerá nossas ações

Com tiranos não combinam

Brasileiros corações

Cresce, oh! Filho de minha alma

Para a pátria defender,

 O Brasil já tem jurado

Independência ou morrer.

Nunca mais o despotismo

Regerá nossas ações

Com tiranos não combinam

Brasileiros corações

Salve, oh! Rei das campinas

De Cabrito a Pirajá

Nossa pátria hoje livre

Dos tiranos não será