Em clima de Carnaval, a Sala Alexandre Robatto exibe, no período de 8 a 14 deste mês, filmes ligados à temática do samba e da tradicional festa de rua. Ao todo são sete obras, que englobam desde a década de 50, com as primeiras produções do estúdio Atlântida, até um longa-metragem pertencente à nova safra do cinema baiano. Vale a pena lembrar que as exibições são franqueadas ao público, em quatro sessões diárias, às 14h, 16h, 18h e 20h.

O cinema brasileiro possui uma relação antiga com a mais importante manifestação popular do país. O primeiro filme falado foi O Carnaval de 1933. Nesse mesmo ano, Carmem Miranda aparece pela primeira vez no cinema, representando um Brasil do eterno Carnaval.  Nas décadas de 30 e 40, com o aparecimento dos primeiros grandes estúdios brasileiros (Cinédia e Atlântida), o Carnaval e o samba se tornam temas e pano de fundo de uma dezena de películas de grande sucesso. O ápice vem com as chanchadas, as mais famosas protagonizadas por Oscarito e Grande Otelo.

A partir do Cinema Novo, a produção brasileira se diversifica e, ao mesmo tempo, se distancia do Carnaval, mas não o esquece. Infelizmente, pouco de nossa memória audiovisual foi lançada em DVD, mas ainda é possível rastrear algumas obras que conferem ao Carnaval e ao samba merecida participação especial.

Em Carnaval Atlântida, filme de José Carlos Burle e que abre a mostra no dia 8 de fevereiro, a folia carnavalesca é retratada através da história de um professor de filosofia grega, que é contratado por um grande estúdio para adaptar a história de Helena de Tróia, para o cinema.

Os filmes da década de 50, Rio Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos, e Orfeu Negro, de Marcel Camus, são exibidos dias 9 e 10, respectivamente. A Grande Cidade, de Carlos Diegues, entra em cartaz dia 11, seguido por Amor, Carnaval e Sonhos, de Paulo César Saraceni, no dia 12.

O cinema baiano ocupa a tela nos dois últimos dias, sendo representado pelos longas-metragens Três Histórias da Bahia, de Sérgio Machado, José Araripe Jr. e Edyala Yglesias, e Samba Riachão, de Jorge Alfredo – produção que apresenta uma viagem pela história da música popular brasileira, através dos olhos do sambista Riachão.