Para atender à demanda de matéria-prima para óleo biocombustível e fomentar uma nova cultura geradora de renda a baixo custo para o produtor familiar, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) começa a observar o comportamento do cultivo do pinhão-manso em seis Unidades de Observação (UO), localizadas nos municípios de Alagoinhas, Irará, Conceição do Almeida, Ribeira do Pombal, Amélia Rodrigues e Irecê.

Além de avaliarem o comportamento da cultura em diferentes condições agroecológicas e socioeconômicas da Bahia, os experimentos servirão para a seleção de plantas matrizes para produção de sementes, visando atender aos produtores baianos. “Pelo que foi observado até agora nos laboratórios da Petrobras quanto à avaliação química do produto, e pelas pesquisas agronômicas, trata-se de uma planta altamente promissora para produção de biodiesel e de fácil manuseio para o agricultor familiar”, disse o presidente da EBDA, Emerson Leal.

Com a instalação da usina para produção de biodiesel, em Candeias, pela Petrobras, a empresa vem intensificando esforços no sentido de conhecer melhor o comportamento da planta em municípios próximo a unidade de produção.

Com um comportamento vegetativo considerado excelente por pesquisadores, a primeira colheita será realizada a partir de julho deste ano. “A Unidade de Observação de Irecê foi plantada em maio de 2006, e mesmo sem chuva no período junho a outubro, as plantas apresentaram comportamento vegetativo excelente”, garantiu o pesquisador da EBDA, responsável pelos estudos sobre a cultura na Bahia, Benedito Lemos de Carvalho.

A partir de julho serão instaladas novas áreas de pesquisa para definição de espaçamento e densidade, níveis de adubação, época e método de poda e consórcio com culturas alimentares de ciclo curto: amendoim, feijão, milho, abóbora, melancia, dentre outras.

O pinhão-manso começa a produzir a partir dos oito meses de idade e tem sua produção máxima aos quatro anos.  Na colheita serão avaliados o número de galhos produtivos, o número de  cachos por planta, de frutos por cacho, o peso de mil frutos, altura da planta, diâmetro da copa, número de floradas por ano e teor de óleo. “Estamos avançando em conhecimento da cultura para então estabelecermos sistemas de produção sustentáveis para as diferentes condições agroecológicas e socioeconômicas do Estado da Bahia”, explicou Carvalho.

As sementes utilizadas nas UOs são oriundas do Perímetro Irrigado de Janaúba, em Minas Gerais, e de bases de pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

O pinhão-manso é uma planta perene (vive até 100 anos) adaptável a diversos tipos de terreno, muito resistente e suporta grandes estiagens. Com baixo custo de produção, apresenta características de fácil adaptação ao semi-árido baiano, o que leva a empresa a acreditar no seu potencial produtivo, particularmente para pequenos produtores familiares.