Rosângela Carvalho e mais seis amigas tiveram a idéia de montar uma cooperativa e acabaram, há quatro meses, criando a Sonhos Possíveis, no bairro do Engelho Velho da Federação, para produzir salgados, doces, salada de frutas, sucos, entre outras guloseimas. Além de comercializar no local, a cooperativa aceita encomendas para eventos.  Hoje (11) integrantes da cooperativa mostraram alguns dos produtos no térreo do prédio onde funciona a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

O empreendimento Sonhos Possíveis está dentro do perfil da Economia Solidária, assunto abordado na manhã de hoje no Auditório do Espaço Crescer da Setre, como parte da programação das Sextas Temáticas, organizada pela Secretaria. O tema foi abordado por integrantes da equipe da Superintendência de Economia Solidária (Sesol) e cooperativas convidadas.

A Sesol vai dispor em sua estrutura de três coordenações. Fomento; Estudos e Divulgação; e Microcrédito e Finança Solidários, como disse o superintendente de Economia Solidária da Setre, Helbeth Oliva. Ele lembrou que o movimento está alinhado com o perfil do novo Governo. “A nossa equipe é constituída de pessoas comprometidas, que coloca o ser humano no centro das ações”, afirmou.

O conceito de economia solidária, que tem como princípios a autogestão, a solidariedade, a viabilidade sócio-econômica e a cooperação, foi apresentado por André Ferreira. Ele apresentou ainda outras ações que fazem parte do segmento como o consumo ético, que opta pelos produtos da rede de economia solidária, o comércio justo, onde todas as partes levam vantagem na negociação, a preservação do meio ambiente e do ser humano. 

Em um relato emocionado os empreendedores, José Djalma dos Santos (Cooperativa Colibris) e Magda Almeida (Copertane) apresentaram o trabalho desenvolvido por suas cooperativas. A Colibris, no Bairro da Paz, trabalha com confecção de roupas, artesanato, serigrafia, sandálias femininas, além da fabricação de instrumentos percussivos, numa atividade que envolve 47 cooperados. José Djalma alertou sobre a importância de se adquirir os produtos oriundos da economia solidária. “Quando você compra um produto desse está valorizando a história das pessoas que fazem parte dos empreendimentos solidários”, disse.

A Coopertane, que funciona no bairro de Tancredo Neves, realiza o trabalho de reciclagem de papel e produção de materiais variados. Magda Almeida, uma das cooperadas, relatou como o trabalho na cooperativa ajudou o grupo a desenvolver uma consciência crítica e a descobrir talentos no grupo. Magda, que participou na última semana de abril, de um encontro de mulheres empreendedoras, em Washington, nos Estados Unidos, cobrou maior sensibilidade dos poderes públicos com a questão da economia solidária. “O nosso trabalho, além de melhorar a auto-estima, lida com o nosso lado criativo”, enfatizou.