O secretário de Agricultura da Bahia, Geraldo Simões, defendeu a utilização dos portos baianos para a exportação de produtos agropecuários do estado, em visita ao Porto de Ilhéus, acompanhado do diretor de Logística da Agrenco do Brasil, Luiz Gustavo Silva. A multinacional franco-holandesa, que atua na área de serviços integrados de logística para o agronegócio (soja, milho, farelo, óleos vegetais, trigo e açúcar) vai exportar a soja produzida no Oeste baiano através de Ilhéus. O primeiro embarque acontece em abril, com uma carga de 30 mil toneladas, de um total estimado em 250 mil toneladas anuais.

Para viabilizar o acordo com a Agrenco, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) vai disponibilizar um armazém de estocagem com capacidade para armazenar 35 mil toneladas de grãos ou farelo de soja. “A estrutura do Porto de Ilhéus atende nossas necessidades iniciais e estamos dispostos a estabelecer parcerias para a instalação de novos equipamentos”, afirmou Luiz Gustavo. A Agrenco tem negócios em vários países como Brasil, Paraguai, Argentina, Estados Unidos, França, Itália, Holanda, Inglaterra e Cingapura.

Geraldo Simões afirmou que atuação da Agrenco no Porto de Ilhéus é resultado de uma política de atração de cargas desenvolvida pela Codeba com o aval do Governo Federal e que será intensificada pelo governador Jaques Wagner. Ele citou como exemplo que a Bunge Alimentos exporta anualmente 500 mil toneladas de soja produzidas no Oeste baiano através do Porto de Vitória, no Espírito Santo. “Temos que criar condições para que a produção de soja seja exportada através dos portos baianos e o Porto de Ilhéus passa por um processo de ampliação e modernização para ampliar o volume de cargas”, afirmou.

Soja e minérios

O coordenador de gestão portuária em Ilhéus, Jorge Brito afirma que o trabalho de captação de cargas, iniciado nas gestões de Geraldo Simões e Fernando Schmidt na presidência da companhia e mantido pelo atual presidente Newton Dias, começa a apresentar resultados. “Além da Agrenco, outras empresas estão estabelecendo parcerias com a Codeba e ainda este ano deveremos ter embarque de minérios para a Europa”, revela. Entre os investimentos no porto estão a construção de uma retroárea de 100 mil metros quadrados, um pátio de estocagem e a implantação de um sistema internacional de segurança (ISPS Code). Para este ano, está previsto o aumento do calado de 10 para 12 metros, obra considerada fundamental para a ampliação do movimento de cargas, já que permitirá a atracação de navios de grande porte e de embarcações que operam com conteiners.

Além da ampliação do volume de soja, a Codeba, com o apoio do Governo do Estado, busca atrair cargas como minérios produzidos no Sudoeste, as frutas do Vale do São Francisco e a celulose do Sul/Extremo Sul.