A balança comercial da Bahia em maio fechou com um superávit de US$ 156,3 milhões, com exportações de US$ 564 milhões e importações de US$ 407,7 milhões. No ano, o saldo acumulado é de US$ 678,3 milhões, com exportações de US$ 2,7 bilhões e importações de US$ 2 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2006, as exportações cresceram 8,15%, enquanto que as importações cresceram quase três vezes mais, chegando a 23,5%.

O ritmo forte de crescimento das importações, determinado pela conjuntura cambial favorável e pelo crescimento da economia, atinge todas as categorias de produtos, com maior intensidade para os bens de capital e os de consumo, com aumento de 33,6% e 47,5% respectivamente.

Os principais produtos importados até maio foram minério de cobre, com US$ 426 milhões, a nafta para a petroquímica, com US$ 326,5 milhões, e os automóveis, com US$ 157,9 milhões. Dentre as compras de bens de capital, destaque para as compras de microprocessadores, com US$ 24 milhões, e outros equipamentos eletrônicos, máquinas e aparelhos para fabricação de celulose, com US$ 13,6 milhões, e turbinas a gás, com US$ 11,2 milhões.

Segundo o diretor de Negócios e Cooperação Empresarial do Centro Internacional de Negócios da Bahia (Promo), José Hamilton Sampaio, com a desvalorização do dólar, abaixo da barreira dos R$ 2, a perspectiva é de que as importações cresçam ainda mais, tornando, por um lado, a competição mais acirrada com os produtos importados, mas, ao mesmo tempo, abrindo uma oportunidade para as empresas investirem na compra de máquinas e equipamentos para tornar mais eficientes o seu processo produtivo.

O crescimento das exportações, em maio, não foi só causado apenas pela alta dos preços no mercado internacional. As quantidades embarcadas aumentaram em 4,1%, comparadas a maio de 2006, enquanto a receita subiu 7,2%.  Celulose, com crescimento de 139% nos embarques e 150% nos valores; Soja e derivados, com +105% e +149% no volume embarcado e na receita respectivamente, e pneus com crescimento de 218,6% no volume e de 314% nos valores, foram os produtos que mais contribuíram para o resultado positivo do mês.

Acumulado no ano

No total, as exportações de janeiro a maio somam US$ 2,7 bilhões, um valor 8,2% maior do que o registrado nos primeiros cinco meses de 2006. O aquecimento da economia mundial, que produz por sua vez alta nos preços dos produtos, principalmente das commodities, e a estratégia das grandes empresas de manter mercados já conquistados, mesmo com a redução de margens, garantem o bom ritmo das vendas externas baianas, apesar do câmbio desfavorável.

Até maio, o setor químico/petroquímico liderou a pauta com vendas de US$ 635,8 milhões e crescimento de 30,7%, seguido pelo setor metalúrgico com US$ 398,3 milhões e +10,5% e o de papel e celulose com US$ 324,8 milhões e incremento de 32%. O complexo soja (óleo + grão + farelo) foi o destaque dentre os produtos agrícolas, com vendas de US$ 110,4 milhões e crescimento de 105% frente a igual período de 2006.

Segundo a Gerência de Estudos e Informações, alguns setores que vêm se ressentindo mais do câmbio, como o automotivo, com queda de 16%, móveis, com redução de 2,5%, assim como outros, em menor escala de participação nas vendas externas baianas, como o de vestuário, têxtil e calçadista, já vão ser beneficiados por crédito e desoneração tributária, anunciado essa semana pelo governo.

Esses setores devem adotar estratégias para enfrentar a situação cambial, seja através da incorporação de inovações tecnológicas para melhorar a produtividade e agregar maior valor aos produtos, seja através da busca de suprimento mais barato, via importação de componentes, que possa conter os custos.

Os principais mercados para as exportações baianas no período foram os Estados Unidos com 20,5% de participação, seguido por Argentina com 11,4% e Países Baixos com 9,4%. Já os principais fornecedores do estado foram o Chile, principal fornecedor de minério de cobre com 20,6%, Argentina com 11,7% e Estados Unidos com 8,3%.