A família da criança atropelada por um trator que trabalhava nas obras de urbanização do Loteamento Vila Valéria está recebendo toda a assistência da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder) e da empreiteira MDA, responsável pela execução dos serviços.  Após o episódio que culminou com a morte da menina Raíssa de Jesus Santana, de 8 meses, representantes da Conder e da MDA estiveram hoje (6) no local. O diretor de Operações da Conder,  Armindo Miranda, explicou que todas as providências foram tomadas em relação à prestação de socorro à vítima, que foi encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE).

“Os familiares estão tendo todo o apoio necessário e tiveram um carro à disposição para que fosse feita a identificação do corpo no Instituto Médico Legal. Sem falar na assistência médica, que foi e continua sendo prestada”, disse Armindo Miranda, referindo-se à mãe da menina, que sofreu algumas escoriações no corpo. A MDA, por sua vez, também está oferecendo assistência à família. A criança será sepultada hoje (6) à tarde no cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. Já o condutor da máquina fugiu em seguida e continua evadido. O caso foi registrado na 8ª Delegacia e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) já realizou a perícia no local.

O acidente aconteceu na entrada da Rua das Rosas Graxas, próximo à Rua das Palmeiras (avenida principal da localidade), onde obras de urbanização e qualificação habitacional estão sendo realizadas pelas empresas MDA e Ebrae, que atuam em consórcio. Em função do grande movimento de pessoas, a área não é passível de isolamento, segundo o representante das empresas, Maurício Pimentel. Trata-se de um conglomerado residencial, onde moradores e pessoas da comunidade transitam a toda hora.

Pimentel informou que o episódio ocorreu fora do horário de trabalho, entre 11h30 e 12 horas da segunda-feira. No momento, o motorista do trator estava dando ré para manobrar. A menina Rayane, 3 anos, estava próxima à roda do veículo, quando a mãe, Rosinete de Jesus Santana, correu para salvá-la. Num tropeço, Raíssa, a outra filha que estava em seu colo, caiu e acabou sendo atropelada pela roda do trator.

Durante a visita da Conder, os moradores da região lamentaram o ocorrido e reivindicaram uma maior segurança na execução das obras. Uma parte deles é formada por famílias que pertencem ao Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS), veio do Clube Português, na Pituba, para a Vila Valéria. Cristiane Teixeira da Silva, integrante do MSTS e moradora do local há dois anos, pede maior prudência dos manobristas dos tratores. “Que eles prestem mais atenção na hora de manejar as máquinas. A área também precisa ser sinalizada para que a comunidade não se envolva em acidentes. Além disso, queremos justiça pelo que aconteceu”, falou.    

Em relação às reivindicações da comunidade, o diretor da Conder, Armindo Miranda, ressaltou que elas são pertinentes e serão discutidas. “Vamos fazer uma reunião com a comunidade para analisar o que pode ser feito para aumentar a segurança da obra, envolvendo a empresa”, explicou. Entre outras ações, estão a colocação de faixas nos locais da obra, para que os pedestres saibam por onde podem passar, e de batedores nas máquinas, informando ao operador e à população sobre o movimento dos tratores.

Por outro lado, a líder comunitária da região, Sandra Regina de Castro, afirmou que o acidente foi uma fatalidade. “Sem dúvida, foi uma fatalidade. É a primeira vez que acontece algo desse tipo por aqui”, disse Sandra, que mora no local há 11 anos.