O período entre setembro e março significa uma oportunidade para o artesão baiano ganhar visibilidade e comercializar seus produtos diretamente com o cliente, oferecendo preço mais atrativo e rentável, na Feira Baiana de Artesanato. No último fim de semana (3 e 4), no Jardim dos Namorados (Pituba), foi realizada a 41ª edição do evento, a antepenúltima antes do recesso do Outono/Inverno. A próxima feira acontece nos dias 17 e 18  próximos, no horário das 16h às 22h.

Promovida pela Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, unidade da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e pelo Sebrae, a feira reúne grande variedade de produtos artesanais de argila, madeira, couro e outras matérias-primas. São parceiros da iniciativa a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e o Banco do Nordeste.

Novidades encantam, paradoxalmente, pela rusticidade e delicadeza das formas, cores e desenhos.. “É um lugar agradável pra comprar e passear”, disse  Ricardo Vidal, 39 anos, que costuma freqüentar a feira, onde comprou m fogareiro produzido na localidade de Maragogipinho. 

Na Praça de Alimentação, 18 barracas comercializam espetinhos, pastéis, doces e salgados, além de pratos da culinária africana, como maniçoba e xinxim de bofe. O casal Danilo Miranda, 48 anos, e Jamile Coelho,42, não perde uma edição. “Sou viciada nesta feira”, disse Jamile, enquanto saboreava um crepe. “Às vezes não compramos nenhum artesanato, mas a visita a esta pracinha é indispensável”, contou Danilo, degustando um pastel.

Estreante na feira,  a artesã soteropolitana Luana Bonfim, 24 anos, produz colares com detalhes em madeira e sementes da flora baiana  e disse que  aquela era “a primeira das muitas feiras que irei participar. Agora posso ajudar o meu marido nas contas do mês”.

Incensos artesanais

Uma das barracas que chamava a atenção do público era a de incensos naturais. Nela são comercializados bastões com essências e aromas naturais diversos, como Madeira do Oriente, Absinto, Capim Limão e Bálsamo. Para quem passa por ali fica impossível não notar – ou sentir – as fragrâncias. As amigas Marta Teles, 46 anos, e Lívia Gonçalves, 40, não perdem a chance de quinzenalmente, aos domingos, visitar o espaço na orla de Salvador.

Marta saiu da Praia do Flamengo, onde mora, para adquirir um par de brincos. Mas se rendeu também aos aromas dos incensos. “O lugar é lindo, tem música boa e um mar maravilhoso para comtemplar”. Segundo ela, os cheiros conjugados da maresia e do incenso favorecem a paz de espírito.

De acordo com a diretora do Instituto Mauá, Emília Costa de Almeida. o aspecto cultural do artesanato deve ser visto sempre como um valor agregado ao produto, distinguindo-o assim do produto industrializado. Além das suas singularidades e métodos produtivos, devem ser destacadas as ações que visem à profissionalização, organização e comercialização, segundo critérios empresariais, diante do impacto sócio-econômico que o desenvolvimento do artesanato possibilita na vida de quem se dedica à atividade.

São considerados trabalhos artesanais arte em retalhos, artesanato mineral, aproveitamento de búzios e contas de sementes, bordados à mão e à máquina, cerâmica, cestaria e trançados, crochê rústico, peças em madeira, macramê, pintura (em tecido, cerâmica e madeira), instrumentos musicais, renda de bilros e inglesa, tecelagem, tapeçaria e mosaico.