Novos investimentos no Pólo Petroquímico de Camaçari foi o assunto discutido hoje (6) pelo governador Jaques Wagner com trabalhadores e empresários. Em audiência com representantes do Sindicato dos Petroquímicos e Petroleiros da Bahia, Wagner conversou sobre os projetos para atração de novos empreendimentos e tecnologia para o setor. No mesmo dia, já com a diretoria do Grupo Ultra, a confirmação da implantação de uma nova fábrica no Pólo: a Oleoquímica do Nordeste, um investimento de R$ 240 milhões.

A nova unidade do Grupo Ultra, em Camaçari, entra em operação em novembro. A estimativa é de que sejam produzidas 80 mil toneladas por ano de álcoois graxos. O grupo ainda tem planos para expansão, também em Camaçari, da unidade da Oxiteno, empresa que produz óxido de eteno e derivados. “São investimentos que vão contribuir para dinamizar a economia do Pólo e da Bahia, inclusive no que se refere à geração de impostos”, afirmou o presidente do grupo Ultra, Pedro Wongtschowski.

Acompanhado pelo diretor-superintendente da Oxiteno, João Benjamin Parolin, Wongtschowski veio à Bahia para acertar os detalhes para que a empresa seja parceira das secretarias de Agricultura e de Indústria e Comércio nos programas de incentivo à produção de óleos vegetais, principal matéria-prima dos óleos graxos. A nova Oleoquímica do Nordeste vai precisar de cerca de 85 mil toneladas por ano de óleos vegetais.

“Além do setor industrial, também os produtores agrícolas serão beneficiados com o programa”, ressaltou o empresário. A empresa está especialmente interessada nas ações de fomento ao plantio de dendê e palma.

Seminário

Os representantes da diretoria do Sindicato dos Petroquímicos e Petroleiros da Bahia aprovam a atração de novos empreendimentos para o Pólo Petroquímico. “É um importante complexo industrial do nosso estado que precisa mesmo ser renovado para evitar um sucateamento, como aconteceu como Centro Industrial de Aratu”, afirmou José Pinheiro, um dos diretores da entidade.

O sindicato quer o apoio do Estado para a realização de um seminário para discutir o futuro do Pólo Petroquímico de Camaçari. “A intenção é discutir justamente programas de atração de novos empreendimentos e tecnologias”, disse Pinheiro.

Segundo eles, os trabalhadores estão apreensivos com as fusões e aquisições feitas pelas grandes empresas, levando ao fechamento de unidades e à demissão de trabalhadores.  Pelos registros do sindicato, no início da década de 90, o Pólo tinha cerca de 16,5 mil empregados hoje, o número é de, aproximadamente, 5,5 mil trabalhadores, considerando também o fator da terceirização da mão-de-obra.