Em entrevista coletiva concedida neste domingo (18) pelo governador Jaques Wagner e pelo prefeito João Henrique, no Hotel Tropical da Bahia, foram divulgados os números referentes ao balanço parcial do Carnaval 2007. Numa festa que reúne cerca de 1,5 milhão de pessoas nas ruas, nenhum caso de maior gravidade tinha sido registrado até o momento. Das 19h de quinta-feira até às 7h deste domingo, aconteceram 903 ocorrências delituosas nos circuitos do Carnaval. Os registros totalizam 176 lesões corporais dolosas, 22 agressões físicas, 587 furtos, 72 roubos, 40 pessoas detidas por porte e uso de drogas e cinco por tráfico de drogas.

A maior parte dos delitos ocorreu no circuito Dodô (Barra-Ondina), com 749 ocorrências, seguido pelo circuito do Campo Grande (144) e do Pelourinho (10). Em relação ao mesmo período de 2006, houve um aumento de 24,2% do total de ocorrências verificadas de quinta a domingo. Para a segurança do folião, o Governo do Estado investiu R$ 14,5 milhões e colocou 20 mil homens nas ruas, sendo 14 mil deles em Salvador, divididos em 12 postos exclusivos da PM, espalhados pelos circuitos tradicionais.

No atendimento à saúde, 142 atendimentos foram realizados nos hospitais da rede estadual entre quinta-feira e hoje (18), sendo 63 pelo Hospital Geral do Estado (HGE), oito pelo Hospital Ernesto Simões Filho, sete pelos hospitais Roberto Santos e Menandro de Farias e 15 pelo João Batista Caribé. Paralelamente, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) aproveita a folia para distribuir preservativos (30 mil já foram entregues até o momento) e conscientizar as pessoas da importância da doação voluntária de sangue. Em relação ao Carnaval 2006, a demanda de sangue da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) aumentou em 30%.

Este é o primeiro Carnaval que Jaques Wagner participa na condição de governador. “É motivo de alegria perceber que estamos fazendo o Carnaval 2007 melhor que o de 2006. As ocorrências registradas pela polícia até o momento estão dentro daquilo que pode se chamar de patamar da normalidade. Enfim, é uma festa com muita gente, mas com muita segurança”, declarou Jaques Wagner. O governador falou também sobre o atendimento que o Estado está oferecendo, durante o Carnaval, aos municípios assolados pelas fortes chuvas, sobretudo Malhada e Cariranha.

“Já visitei os circuitos e estive, inclusive, com empresários de fora do país. Todos eles se mostraram impressionados com a capacidade em dos baianos em realizar uma festa grande e bonita como essa”, completou o governador, ao lado dos secretários estaduais Domingos Leonelli (Turismo) e Márcio Meirelles (Cultura), Paulo Fernando Bezerra (Segurança Pública) e do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Antônio Jorge Ribeiro de Santana.

Ao responder às perguntas dos jornalistas, Wagner ressaltou a disposição do Governo do Estado no sentido de auxiliar a prefeitura na busca de métodos que possam democratizar ainda mais a participação popular no Carnaval, dando maiores oportunidades às pessoas que não têm oportunidades de estar em blocos e camarotes. O governador respondeu ainda perguntas relacionadas a temas polêmicos, como a transposição do Rio São Francisco, discutida nacionalmente. O prefeito João Henrique, por sua vez, declarou que irá aprofundar a discussão com o Governo do Estado no sentido de ampliar ainda mais a realização do Carnaval dos bairros na festa do ano que vem.

Após a entrevista, Jaques Wagner, que já conferiu o Carnaval de Pernambuco, seguiu para o seu camarote no Campo Grande para assistir a passagem dos blocos tradicionais. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, onde irá conferir à noite o desfile das Escolas de Samba, finalizando o chamado Triângulo da Folia. Também estavam presentes na coletiva o músico Riachão, homenageado da festa este ano, do rei Momo e da rainha, princesas e musas do Carnaval 2007 em Salvador.