Para valorizar a expressão tradicional da cerâmica e a fabricação de peças mais elaboradas, o Instituto Mauá, unidade da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e a Secretaria Estadual de Cultura (Secult), com apoio da Petrobras e Prefeitura de Nazaré, montaram, na Feira dos Caxixis, a Tenda do Artesão. “Não podemos deixar que esse tipo de trabalho seja extinto”, afirmou a assessora-chefe do Mauá, Maria Luiza Machado.

Uma pequena oficina foi montada na tenda, onde os oleiros demonstraram seu trabalho. Gente como Antônio Nazaré Filho, que trabalha em olaria desde criança e comprovou porque é chamado de mestre. Filho de oleiro, ele produziu mais de dez peças de barro em poucos minutos. “Não é muito difícil. Todo mundo pode aprender”, comentou.

Segundo o coordenador do projeto e diretor de Artes Visuais da Fundação Cultural da Bahia, Ayrson Heráclito, o espaço tentou traduzir um pouco a atmosfera das olarias de Maragogipinho, expondo peças representativas do artesanato local. “Foi uma ação eminentemente cultural, valorizando o trabalho regional dos mestres oleiros, que devido à dinâmica do comércio está sendo descaracterizada”.

Foram também exibidos filmes sobre Maragogipinho e distribuídos pela feira 20 banners com fotos e a identificação dos artesãos, para valorizar a identidade dos profissionais. Na área central, onde foi montada a feira, o trabalho de mais de 200 artesãos embelezou a cidade. A feira também contou com cerca de 30 atrações musicais e o Encontro das Filarmônicas do Recôncavo, realizado pela primeira vez na cidade. De acordo com o secretário de Turismo de Nazaré, Reno Morais, cerca de R$ 2 milhões foram movimentados na cidade nos quatro dias do evento.

Realizada anualmente na cidade de Nazaré, a 58 quilômetros de Salvador, no período da Semana Santa, a Feira dos Caxixis recebeu cerca de 80 mil visitantes na edição deste ano, conforme dados da Secretaria Municipal de Turismo. O evento comercializa o melhor do artesanato baiano de barro, na maioria feito por oleiros de Maragogipinho, distrito de Aratuípe, a dez quilômetros da cidade.