A padronização de mudas de banana do Instituto Biofábrica do Cacau ajudará os  bananicultores baianos a melhorar a produtividade e a qualidade do seu produto para abertura de novos mercados no Brasil e exterior.  Quem afirma é o consultor técnico da Biofábrica e doutorando em Micropropagação pela Universidade de Tsukuba, no Japão, Hermínio Souza Rocha, que proferiu palestra sobre o assunto no Seminário de Bananicultura, ocorrido esta semana no município de Gandu.

O evento abordou a importância da micropropagação vegetal para o agronegócio da banana e levou à cidade centenas de produtores, secretários de agricultura municipais, técnicos agrícolas e dirigentes de entidades governamentais. A promoção foi da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e Governo do Estado, com o apoio da Biofábrica, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Embrapa, Ceplac, Senar, Sindicato Rural de Gandu e prefeitura do município.

O Instituto Biofábrica do Cacau obteve destaque no evento com a instalação de um estande com amostras de mudas de espécies florestais e a distribuição de  mudas de banana e material informativo sobre sua Unidade de Micropropagação Vegetal, localizada em Ilhéus. O seminário tem continuidade nos próximos dias 15, 16 e 17, com dias de campo nos municípios de Tancredo Neves, Teolândia e Wenceslau Guimarães. 

Os produtores presentes ao evento de Gandu disseram que o que mais prejudica a abertura de novos mercados para a banana é a baixa qualidade do produto devido, principalmente, à baixa qualidade das mudas.  Com a reprodução in vitro, haverá um controle de produção em todas as etapas com redução a zero de perdas no campo, disse o palestrante Hermínio Rocha.  Ele disse que, com a micropropagação, os produtores terão mudas de qualidade, resistentes às principais doenças que afetam a bananicultura. “As perdas de produção se reduzirão com a alta qualidade das mudas”, afirmou.

Principais vantagens

Rocha explicou que “se num determinado lote de 10 mil plantas apenas uma estiver com contaminação, todo o lote é descartado, o que assegura a qualidade da muda micropropagada”. A micropropagação é uma tendência mundial, usada nos países mais avançados do mundo, com uma produtividade bem superior aos sistemas convencionais.

Para difundir  a tecnologia, o Instituto Biofábrica possui um laboratório de Micropropagação, planejado com base nos mais refinados conceitos da biotecnologia moderna. Uma parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas, garantiu a concessão para a multiplicação de genótipos superiores para disponibilização aos produtores.

O diretor-geral da Biofábrica, Moacir Smith Lima, falou que as principais vantagens das mudas produzidas in vitro são “garantia da qualidade genética e menor custo de produção, além da menor agressão ao meio ambiente, com a redução do uso de agrotóxicos, maior facilidade no plantio e  maior área por planta”. Segundo ele, a técnica utilizada na Biofábrica é de excelência mundial, garantindo todo o controle fitosanitário das plantas.