Destinado ao atendimento de vítimas de traumatismos e outras emergências graves, o setor de urgência do Hospital Geral do Estado (HGE) tem recebido um grande número de pacientes que poderiam, perfeitamente, ser atendidas nos postos de saúde existentes nos próprios circuitos do Carnaval. A grande demanda de foliões com ferimentos leves, necessitando muitas vezes apenas de um curativo ou sutura, deixou lotada ontem (18), pela manhã, as dependências do hospital, atrapalhando o atendimento aos casos mais graves.

 Desde a quinta-feira, quando começou oficialmente a festa, até a manhã de hoje, 105 ocorrências haviam sido registradas naquela unidade, contra apenas 23 no Hospital João Batista Caribé e 16 no Hospital Roberto Santos. A maioria dos atendimentos no HGE (72, dos 105 registrados) foi em consequência de agressão física, sem uso de arma – apenas quatro agressões haviam sido praticadas com arma branca, e duas com arma de fogo. Também foram registrados 15 casos de queda na rua, seis de intoxicação e três complicações de doença pré-existente, além de duas colisões de veículos.

A diretora de Apoio Diagnóstico do HGE, Lorena Bustani Carneiro, disse que a maioria dos pacientes levados até lá pelo Samu poderia ter sido atendida em simples postos médicos. “”Nosso perfil é o atendimento de traumatismos, acidentes de veículos e ocorrências graves. Mas até uma pessoa que machucou a unha do pé em uma topada nos procurou para ser atendida. A prova de que a maior parte dos casos não deveria ser encaminhada para cá é que o nosso centro cirúrgico está vazio””, revelou.

Com muitos anos de experiência durante a festa, a enfermeira Sandra Ely Barbosa, integrante da equipe de supervisão do Carnaval pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), disse que todos os esforços estão sendo feitos para que os pacientes que realmente necessitem de atendimento hospitalar sejam encaminhados a outras unidades, desafogando o HGE. “”O Hospital Geral, que acaba se tornando a menina dos olhos do carnaval, é um hospital para casos graves. O pessoal dos postos distribuídos pelos circuitos deve ser orientado a atender ali mesmo os casos mais simples””.

Além dos hospitais Geral do Estado, Roberto Santos, Ernesto Simões Filho, João Batista Caribé e Menandro de Faria, a Sesab mantém ainda cinco unidades em regime de plantão nos bairros que contabilizaram, até as 10h de hoje, 60 atendimentos, sendo 21 no Curuzu,  17 em Pirajá, 14 em Cajazeira VIII e quatro atendimentos cada em Plataforma e São Caetano.