A taxa de expansão da economia baiana em 2006 foi de 2,4% em relação ao ano anterior. O número consolidado foi divulgado na tarde de hoje (2) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria de Planejamento. Este é o 15º ano consecutivo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

Segundo a equipe da SEI, a taxa de crescimento inferior a dos últimos dois anos (9,6% em 2004 e 5% em 2005) é reflexo direto do mau desempenho do setor agropecuário (queda de 4,4% aproximadamente), uma que vez que tanto o setor industrial como o de serviços cresceram a uma taxa superior ao conjunto do PIB. A indústria com expansão de 2,7% e serviços, 3,6% em relação ao ano de 2005.

O diretor-geral da SEI Geraldo Reis justifica que a expectativa anterior da SEI de que o PIB pudesse atingir a taxa de 3% em 2006 foi frustrada pelo desempenho ruim da indústria de transformação nos dois últimos meses do ano. “A diminuição na intensidade do crescimento econômico do setor foi decisiva para este resultado”, disse Geraldo Reis. A indústria de transformação responde por aproximadamente 35% do PIB baiano e é concentrada em um pequeno número de grandes empresas.

“Apesar do resultado da Bahia ter ficado abaixo do nacional (2,9%) ganha contornos importantes na medida em que possibilitou ao estado acumular uma expansão de 20,5% de crescimento nos últimos quatro anos, enquanto o Brasil acumulou expansão de apenas 11% no mesmo período. Em termos médios a taxa registrada para a economia brasileira ficou próxima dos 2,6% ao ano, enquanto na Bahia houve uma expansão média de 4,8%”, explica o economista Edmundo Figueirôa, diretor de indicadores e estatísticas da SEI.

“A grande vilã do ano foi a agropecuária, que apresentou seu pior resultado dos últimos oito anos, retraindo-se aproximadamente 4,4%”, disse o economista. A conjuntura de câmbio desfavorável, os preços dos produtos no mercado internacional, as más condições climáticas, as dificuldades de infra-estrutura (estocagem) e débitos financeiros de safras anteriores foram as causas da queda do setor. Grande parte das lavouras apresentou forte retração tanto em termos de produção, como área plantada e rendimento médio. Observando-se as estimativas dos grãos, por produto, destacam-se, negativamente: milho (-31,5%), feijão (-27,9%) e soja (-17,1%).

No setor industrial, o destaque foi a construção civil que cresceu 8,7% no ano. Já a indústria de transformação, carro chefe do PIB baiano, não conseguiu repetir os mesmos desempenhos dos anos anteriores, registrando crescimento de 2,7%. Embora positivo, esse resultado causou grande frustração nas expectativas de crescimento da indústria de transformação em função do desempenho negativo apresentado pela maioria dos segmentos industriais no mês de dezembro.

Refletindo os efeitos da política macroeconômica, o comércio baiano encerrou 2006 acumulando incremento de 9,1%. Esse foi o terceiro ano consecutivo de desempenho positivo e a taxa mais expressiva em três anos. Essa taxa situou-se bem acima da observada em 2005, período da base comparativa, quando as vendas expandiram-se em 8,5%.

As exportações baianas alcançaram, em 2006, cerca de US$ 6,8 bilhões. Esse valor é 13,1% superior ao ano de 2005. Impulsionadas pela conjuntura favorável do câmbio, as importações chegaram a US$ 4,5 bilhões no mesmo período, e um incremento de 34,9%, em relação a 2005.