A produção de gás natural do Campo de Manati, operado pela Petrobras em consórcio com as empresas Queiroz Galvão Perfurações S/A e Norse Energy entrou oficialmente em operação hoje (9), após o período experimental que começou no último dia 15. Localizado na Bacia de Camamu, no município de Cairu, o campo já vinha produzindo uma média de 2 milhões de metros cúbicos de gás diariamente e tem a meta de alcançar uma marca entre 4 milhões a 6 milhões de metros cúbicos por dia, dobrando a produção de gás natural na Bahia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Jaques Wagner participaram da solenidade, realizada no município de São Francisco do Conde, na Estação de Processamento de Gás São Francisco, responsável pelo controle de toda a produção de gás natural do projeto Manati.

Após descerrar a placa de inauguração do projeto ao lado de Wagner, o presidente Lula afirmou que é motivo de orgulho vir à Bahia para conferir de perto o início da produção no Campo de Manati. “É um momento gratificante para o Brasil e para a Bahia, sobretudo porque nós assumimos a responsabilidade de trabalhar de forma incansável para o país se tornar auto suficiente na produção de gás natural, uma matriz energética de grande importância para o Brasil”, disse o presidente.

“Para os baianos, o começo do funcionamento de Manati tem quase o mesmo valor do primeiro poço de petróleo aqui descoberto”, falou o governador Jaques Wagner. Na concepção do projeto, inclusive, foram avaliadas e adotadas as alternativas técnicas e socioambientais que se mostraram mais viáveis. O Campo de Manati busca contribuir para a consolidação do mercado de gás do Nordeste brasileiro, abrindo um novo horizonte para a produção na Bahia e colocando o estado como o segundo maior produtor do Brasil em termos de disponibilização no mercado.

Fruto de um investimento de US$ 580 milhões (dos quais US$ 422 já foram aplicados) e responsável pela geração de 1,8 mil empregos diretos, durante a obra, o Campo de Manati conta com uma plataforma (a 10 quilômetros da costa de Cairu e a uma profundidade de 35 metros), sete poços de produção (dois deles perfurados no ano passado e já em pleno funcionamento) e um gasoduto de 125 quilômetros de extensão (57 quilômetros de dutos marítimos e 68 quilômetros de dutos terrestre) que vai escoar a produção. “Esperamos continuar obtendo resultados além do esperado, em termos de capacidade produtiva”, declarou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

O gasoduto parte da plataforma e percorre os municípios de Cairu, Valença, Jaguaribe, Maragogipe, Salinas da Margarida e São Francisco do Conde, além da Baía de Todos os Santos e da área oceânica em frente a Guaibim e Ilha de Tinharé. O Campo de Manati foi descoberto em 2000 através da perfuração do poço 1-BAS-128, na Bacia de Camamu. Com reservas estimadas em 52,3 bilhões de metros cúbicos, incluindo a produção de Manati, a Bahia é dona da quarta maior reserva de gás natural do país. O gás é utilizado como combustível para a indústria, insumo petroquímico, redutor siderúrgico, geração e co-geração termoelétrica, combustível veicular e para fins residenciais e comerciais.

No próximo mês, o gás produzido em Manati também será fornecido para a distribuidora Bahiagás, de onde será disponibilizado ao mercado. Convém lembrar que a expansão da oferta de gás natural no Brasil é uma das prioridades do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), proposto pelo governo federal. Nele, o setor energético deverá ser contemplado com R$ 274,8 bilhões entre 2007 e 2010. Desse total, R$ 40,4 bilhões serão destinados à produção de gás natural e à construção de 4.526 quilômetros de gasodutos. O produto é considerado essencial não apenas para abastecer as indústrias, mas também para garantir a segurança energética, alimentando usinas termelétricas que complementarão o abastecimento do país. 

Durante o evento, também foi anunciado que a Estação São Francisco será renomeada e passará a se chamar Estação Geofísico Vandemir Ferreira, em homenagem ao ex-gerente da Petrobras na Bahia, falecido recentemente. A solenidade também contou com a presença de ministros e de secretários estaduais, além de diretores da Petrobras.