A Polícia Civil da Bahia continua as diligências para prender dois homens, identificados pelos prenomes de Manoel, conhecido como “Neinha” ou “Negão”, e Jaílton, apelidado de “Fábio”, integrantes da quadrilha que seqüestrou as estudantes universitárias Geórgia Oliveira e Maria Verena Matos, no dia 24 de abril, no Hotel Phortal da Ilha, em Paulo Afonso. Segundo o titular da Delegacia de Paulo Afonso, delegado Mozart Cavalcanti, Jaílton – preso ao tentar seqüestrar um adolescente em Tacaratu (PE) – fugiu domingo passado, dia 29, do Presídio de Floresta, naquele estado, juntamente com dois outros companheiros de cela, enquanto Manoel é cunhado de Fabiana e “Carlinhos”, que já se encontram presos, e marido de Dênia, cumprindo pena em Floresta.

“Prender estes dois últimos componentes da quadrilha alagoana é o nosso atual desafio”, ressaltou Mozart, hoje (4) à tarde, durante coletiva à imprensa, no auditório da Secretaria da Segurança Pública, no Centro Administrativo, quando foram divulgados detalhes da operação que resultou na localização do cativeiro e na prisão de oito dos seqüestradores, em Arapiraca e Penedo (AL).

“Com o apoio do Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e numa ação conjunta com as Polícias Civil de Alagoas e Pernambuco, estamos prosseguindo nas investigações e, por certo, iremos também prendê-los”, garantiu o delegado, que participou – ao lado dos seus colegas Hélio Jorge da Paixão, diretor do Departamento de Tóxicos e Entorpecentes e especialista em gerenciamento de crise e negociação, Vinícius Brandão, coordenador da 18ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior), e Mirela Matos e Danielle Monteiro, respectivamente titular e plantonista da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Paulo Afonso – da diligência responsável pela captura de quase todo a quadrilha no interior alagoano. 

Mozart disse ainda que os bandidos agiam nos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco e que, para garantir a integridade física das vítimas, a operação para prendê-los só foi desencadeada a partir do momento em que elas foram libertadas. Assegurou também que os primeiros integrantes da quadrilha foram identificados através de retratos falados, confeccionados a partir de depoimentos de testemunhas, inclusive de hóspedes do hotel onde as moças moravam. Uma casa alugada em Arapiraca, habitada pelas mulheres do grupo e responsáveis pela alimentação das reféns, serviu como cativeiro.

O coordenador da 18ª Coorpin, delegado Vinicius Brandão, explicou que, a pedido da família das vítimas, a Polícia acompanhou o caso a distância e que os seqüestradores presos foram identificados como Willians da Rocha Ywashita, o “China”, José Selmo da Silva, o “Baby”, Luiz Carlos Ferreira Caldas, o “Carlinhos”, Édson da Silva Santos, o “Jô”, Maria Bernardina Ferreira Alves, a “Tutu”, Fabiana Ferreira Santos e Derivânio Araújo Ferreira. “Todos estão com mandados de prisão expedidos pelo juiz Jofre Caldas de Oliveira, titular da Vara Crime de Paulo Afonso”, declarou.

Outros casos solucionados

Este é o terceiro caso de seqüestro solucionado pela Polícia Civil da Bahia, preservando as vidas dos reféns, em menos de 20 dias. Policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Juazeiro conseguiram libertar do cativeiro, em 16 de abril, o agricultor José Pereira de Souza, de 64 anos, seqüestrado em sua propriedade, na zona rural do município, por quatro homens. Ele foi localizado num matagal, amarrado e com os olhos vendados, 56 horas após ter sido atacado.

Dois dos seqüestradores – o pernambucano Allnoan Antônio Tavares Rodrigues e o baiano Flávio Francisco da Silva – foram surpreendidos num telefone público, quando tentavam extorquir a família do agricultor. Eles levaram os policiais até o cativeiro, onde Francisco Clécio de Siqueira Caetano, pernambucano como Allnoan, acabou se entregando após o resgate do refém. Um homem de prenome Gildenílson, conhecido como Galegão, também participou no seqüestro e teve a prisão preventiva solicitada pelo delegado Fábio Antônio à Justiça de Juazeiro.

Em Candeias, agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DERCCA) prenderam o pedreiro Lindomar Alves de Almeida, de 37 anos, que no dia 4 de abril seqüestrou a ex-companheira, a adolescente de iniciais M.O.S., e o filho do casal, uma criança recém-nascida. A garota e o bebê foram mantidos em cárcere privado por 13 dias.

Envolvidos em vários seqüestros relâmpagos, praticados principalmente na orla marítima de Salvador, Hélio Nunes Martins, vulgo “Sucata”, de 24 anos, e Carlos César Oliveira Moreira, de 23 anos, foram presos numa casa no bairro do Uruguai, por agentes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), no dia 9 de abril. Eles são fugitivos da Colônia Penal Lafaiete Coutinho.