O programa Águas da Bahia foi apresentado, na última quarta-feira (24), ao secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, Juliano Matos, à sua equipe e a membros do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud. Na oportunidade, técnicos e dirigentes de todos os órgãos vinculados à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) discutiram a implementação do programa, que visa desenvolver ações socioambientais em quatro áreas estratégicas de abastecimento hídrico na Bahia.

De acordo com Maria do Carmo Rebouças, diretora regional do PNUD, entidade parceira na execução do Águas da Bahia, há a necessidade de articulação das entidades envolvidas no programa para que ele seja implementado de forma eficaz. Ela entende que o momento de mudança de governo na Bahia é “”estratégico para que, definitivamente, o programa seja executado””.

Confirmando a idéia de transversalidade, palavra de ordem do governo Wagner, o superintendente de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável (SDS) Eduardo Mattedi, relembrou a importância deste programa por considerá-lo exemplo do papel da SDS no apoio à integração exigida pelo sistema ambiental do Estado.

“”A SDS irá favorecer a transversalidade, a articulação, dos vários agentes governamentais, evitando a superposição de ações, gastos desnecessários e perda de energia de trabalho””, explicou Mattedi.

Flora Cerqueira, expert sênior do Pnud e uma das fundadoras do Centro de Recursos Ambientais (CRA), para onde está voltando a trabalhar, ressaltou a importância da criação de ferramentas para a implantação do Águas da Bahia e da administração “”fora do gabinete””.  Ela avalia que o sucesso do programa requer atuação humanizada, direto com as comunidades.

“”Não dá para trabalhar sem ouvir as pessoas que vivem os problemas ambientais, sem ir direto ao que acontece e produzir ferramentas para atuar e transformar a realidade dessas pessoas””, salientou. Para a melhoria da qualidade de vida da comunidade do entorno das bacias, o programa contempla projetos de educação ambiental e de implantação de cooperativas e associações como geradores de emprego e renda.

Com o objetivo de beneficiar 4,5 milhões de pessoas em 43 municípios, o planejamento do Águas da Bahia foi iniciado em 2004, prevendo ações na Bacia do Leste, na Área de Proteção Ambiental de Pedra do Cavalo, na Bacia do Recôncavo Norte, Região Metropolitana de Salvador e na Bacia do Rio do Antônio. A idéia é recuperar os mananciais, desenvolvendo instrumentos de governança na área ambiental que propiciem a recomposição de matas ciliares, despoluição, implantação de sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário.

Os parceiros do programa são Embasa, Conder e Semarh, através da SDS, do CRA, da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) e da Superintendência de Biodiversidade, Florestas e Unidades de Conservação (SFC). O financiamento é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) com contrapartida do Governo do Estado.