Com o objetivo de marcar 13 anos da morte do ceramista alemão Udo Knoff, que esteve radicado na Bahia por mais de meio século, o Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), autarquia da Secretaria Estadual de Cultura, promove, desde o último dia 7, data de falecimento do artista, uma programação gratuita.

Dentre as atividades estão visitas dirigidas, atendimento especial a pesquisadores e especialistas em cerâmica, azulejaria, arquitetura e artes plásticas em geral, além da promoção e acesso aos 500 itens do acervo bibliográfico do museu, composto por livros, revistas e outras publicações, na sua maioria edições em alemão, francês e inglês. De acordo com o diretor geral do Ipac, Frederico Mendonça, o Museu Udo Knoff é uma das principais referências da área de cerâmica e azulejaria por guardar a única coleção do gênero no Brasil.

O museu guarda 1.447 peças que pertenceram ao ceramista alemão, com obras produzidas desde o século XVII até o século XX, incluindo originais e reproduções de diversas nacionalidades, como as de origem portuguesa e espanhola. Vasos e medalhões em cerâmica, ferramentas e maquinários de trabalho, livros de encomendas e objetos tridimensionais compõem o restante do acervo.

A programação inclui ainda ações específicas. Amanhã (12), será exibido um vídeo sobre cursos promovidos no museu para jovens do Projeto Axé e palestra sobre a vida e obra do artista. Quarta-feira (13), cerca de 50 estudantes participam de atividades educativas fazendo cópias dos azulejos de Udo e montagem de painel. E sexta-feira (15), inaugura-se mostra com peças produzidas por adolescentes e crianças com 94 azulejos. “Este era um desejo de Udo, de que o museu fosse dinâmico, e essa mostra serve como a realização de um sonho dele”, diz a diretora do museu, Maria Francisca de Andrade.

Udo Knoff

Horst Udo Knoff nasceu na Alemanha, em maio de 1912, graduando-se em Agronomia. Eterno apaixonado por artes plásticas, Udo trabalhou na sua área de formação ainda na Alemanha, mas em função da 2ª Guerra Mundial, migrou para o Brasil em 1942. Em nosso país sofreu por ser de origem alemã, sendo preso diversas vezes, onde acabou por aprender a língua portuguesa com colegas de cela. Em 1955, chega à Bahia, depois de residir no Rio de Janeiro e feito exposições por várias capitais brasileiras.

Agrônomo, desenhista, pintor e colecionador, Udo Knoff lecionou na antiga Escola de Belas Artes da Rua 28 de Setembro. A coleção de azulejos do alemão retrata parte da história e do patrimônio artístico e arquitetônico da Bahia. Com obras em fachadas de prédios, igrejas e outras construções presentes em diversos estados brasileiros, o ceramista é autor do livro Azulejos da Bahia.

Localizado na Rua Frei Vicente, nº 3, Pelourinho, Salvador, o Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica do Ipac fica aberto das terças às sextas-feiras, das 10 às 18 horas, e nos sábados e domingos das 13 às 17 horas, fechando nos feriados. Todos os serviços do museu são prestados ao público gratuitamente desde que solicitados com antecedência através dos telefones 3117-6388 e 3117-6389.