Para detectar as necessidades mais urgentes da unidade, que abriga cerca de 40 adolescentes em conflito com a lei, a nova diretoria da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac) visitou ontem (25) a Casa de Atendimento Sócio-Educativo (Case), em Feira de Santana. O futuro diretor, Walmir Mota, afirmou que uma das primeiras tarefas à frente da Fundação será a de buscar recursos para reformar o alojamento da Case.

A idéia é colocar em prática um projeto de recuperação que já existe há cinco anos, mas não pôde ser realizado por falta de recursos. “O lugar não ajuda em nada no processo sócio-educativo. Ainda é um ambiente semelhante ao de um presídio, fechado, sem ventilação, sem qualidade de vida”, opinou Mota, defendendo a necessidade urgente de uma reforma.

O projeto consiste na construção de três novas casas para abrigar os adolescentes internados na instituição. “Esse projeto já está pronto, mas precisa de dotação orçamentária”, explica. Para Walmir Mota, outra intervenção importante seria a implantação de um centro integrado como o que já existe em Salvador, onde estão reunidos, em um único local, Delegacia do Menor, Ministério Público, Defensoria Pública, Fundac e Vara da Infância e da Juventude.

“Esse contexto agilizaria os trâmites necessários para definir o que vai acontecer com cada adolescente. Se houvesse essa integração aqui seria um ganho muito grande para o trabalho sócio-educativo”, afirmou Mota. Ele destacou ainda a necessidade de intensificar atividades profissionalizantes. “Precisamos ter pessoas qualificadas, que tenham amor por esse trabalho, que tenham envolvimento e empatia com o problema da criança e do adolescente”, disse.

Também participaram da visita a futura diretora adjunta da Fundac, Ieda Franco, e o diretor da instituição, Fidenciano Faria, que foram recebidos pelo subgerente da Case de Feira de Santana, Luís Pedro Morais. 

Atividades

Além da escolarização, que acontece no turno da manhã, os adolescentes – que permanecem internados de um a três anos – participam de atividades de arte-educação (teatro, banda e percussão), esportes e cursos profissionalizantes (hidráulica e elétrica). A unidade dispõe ainda de uma área para atendimento médico e odontológico, terapia ocupacional, serviço social e atendimento psicológico.

Durante a visita, adolescentes do grupo de teatro simularam a apresentação de um telejornal, entrevistando o futuro diretor da Fundac, que explicou como deverá ser o trabalho à frente da instituição. “A Fundac existe para resgatar a criança e o adolescente e todo o esforço será feito para que esse menino se redescubra enquanto sujeito da sociedade, sujeito de transformação, com direitos e com deveres”, afirmou Walmir Mota. Ele ressaltou, porém, que essa transformação não depende apenas da instituição. “A gente é aquilo que quer ser. Não podemos ficar somente esperando pelos outros. Isso depende de vocês em primeiro lugar”, falou ele para os adolescentes.